sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Coisas que só um IPhone pode fazer por você!

E cá estou, conforme o prometido, para falar um pouco sobre os aplicativos do IPhone a respeito de comida e alimentação... Confesso que fiquei espantada, existem centenas deles! Alguns até interessantes, como guias de restaurantes e bares, livros de receitas, identificador de comidas (por exemplo, você não sabe o que é creme bruleé, seu Iphone te diz, conta a história do prato, etc), combinador de vinhos... Já os demais são um tanto quanto peculiares... Existem os que se intitulam "food and calorie trackers", especialmente desenvolvidos para os neuróticos de plantão: eles contam as calorias do que você comeu o dia todo, bem como os outros nutrientes (fibras, carboidratos, gorduras, proteínas...), além de informar quais atividades físicas gastam mais energia... Tem um que é até mais específico, o "fast food calorie counter", que contém as calorias de todas as preparações servidas nas grandes redes americanas de fast food! O melhor é a descrição de um deles, algo que pode ser traduzido como: "O calorie tracker é um nutricionista e planejador de dietas ao alcance de seus dedos"! Alguns outros do grupo dos bizarros incluem o guia de aditivos(consulte o nome de qualquer aditivo que esteja no rótulo de um alimento e veja se ele é proibido em outros países, se faz mal à saúde de acordo com alguns estudos) e o guia de vitaminas e minerais, que apresenta a função e os benefícios de cada um...
Sinto que vou dar bastanter risada com esse IPhone!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Depoimento da top model Coco Rocha

Gente, aqui está o depoimento fantástico da top model canadense Coco Rocha, q no auge de sua carreira expressa seu total desacordo com o padrão de beleza atual:


"Tem havido uma certa comoção em relação aos artigos que saíram sobre mim no 'The New York Times' e no 'New York Daily News'. Como apenas algumas declarações minhas foram publicadas, acho necessário que eu expresse o meu ponto de vista corretamente, sem edições externas. Sou uma modelo de 21 anos, 15 cm mais alta e dez manequins menor do que a mulher comum americana. Mesmo assim, em algum universo paralelo, sou considerada 'gorda'… Este foi o tema de uma grande discussão esta semana e a notícia que saiu por aí foi: 'Coco Rocha é muito gorda para as passarelas'. Seria este o caso? Não. Ainda trabalho e sou requisitada como modelo. Na realidade, eu me vejo mais ocupada do que nunca. Nos últimos anos, eu não ganhei uma grande quantidade de peso, apenas dois centímetros aqui e ali, como aconteceria com qualquer mulher que sai da adolescência. as este assunto do peso das modelos é, e sempre foi, uma preocupação minha. Há algumas decisões morais que parecem muito simples para nós. Por exemplo, não explorar o trabalho infantil e não aumentar o fator de dependência nos cigarros. Quando estilistas, stylists ou agentes forçam crianças a tomarem medidas que levam à anorexia ou a outro problema de saúde para que continuem na profissão, eles estão pedindo para que o público ignore a sua consciência moral a favor da arte. Claramente, todos nós vemos quão moralmente errado é um adulto convencer uma menina de 15 anos já magra de que ela, na verdade, está gorda demais. É indesculpável que um adulto exija que uma menina perca, de maneira não natural, um peso vital para que seu corpo continue funcionando corretamente. Como pode qualquer pessoa justificar uma estética que reduz uma mulher ou criança a uma magreza esquelética? Isso é arte? É claro que a estética da moda deve embelezar a forma humana, não destruí-la. Há divergências na indústria a respeito disso. Apesar de haver aqueles que não levam em consideração o bem-estar da modelo, eu tive a honra e o privilégio de trabalhar com alguns dos melhores estilistas, editores, stylists, fotógrafos e agentes, que respeitam da mesma maneira tanto as modelos novas quanto as consagradas. Sei que há muitos outros por aí, com quem eu não trabalhei, que também concordam comigo neste assunto. O CFDA (Conselho dos Estilistas da América) tem tentando ao máximo corrigir esta questão. Alguns dias atrás, em sua reunião anual, viram todos que estavam na sala em acordo a favor da mudança do 'sample size' (o tamanho das peças dos desfiles e mostruários) e da contratação de modelos apenas acima dos 16 anos. É ótimo ver quantos corações estão no lugar certo, porque nós temos de fazer estas mudanças para a próxima geração de meninas. Como uma mulher adulta, eu posso tomar decisões por mim mesma. Posso decidir que não vou permitir que eu seja degradada em um casting – marchar de calcinha e sutiã com um grupo de jovens garotas, ser apalpada, espetada e cutucada como gado. Eu consegui escapar desse tratamento, porque já tenho uma carreira consolidada como modelo e sou adulta... mas e as meninas novas e aspirantes a modelo? Nós precisamos de mudanças. Eu ia preferir que não houvesse meninas trabalhando com menos de 16 anos, mas, se este for o caso, adoraria ver as adolescentes sendo acompanhadas por seu tutor aos castings, desfiles e sessões de fotos. O CFDA criou um código para seus membros, e eu adoraria ver toda a indústria seguindo-o. A sociedade legisla um monte de coisas – a proibição do uso de esteróides nos esportes é um exemplo –, é apenas lógico que haja regras de conduta para manter a indústria da moda saudável. No passado, modelos se pronunciaram sobre o assunto, e foram acusadas de apenas falar algo porque suas carreiras estavam à beira da extinção. Este não é o meu caso. Falei sobre isso pela primeira vez há uns dois anos, no auge do que uma modelo consideraria a carreira ideal, e de fato houve uma reação – aqueles que mais desrespeitavam o assunto, de repente, chamaram-me para trabalhar para eles! Isso foi uma tática de relações públicas e eu não estava pronta para cair nela. Disse: 'Não, vamos ver daqui algumas temporadas. Se mudarem, aí trabalharei com vocês'. Eles não mudaram. Eu não trabalhei para eles. Da minha geração de modelos, estou exatamente onde preciso estar na minha carreira e agradeço por poder usar a minha posição para me expressar ativamente contra isso, com o apoio do CFDA e da 'Vogue'. A minha esperança sincera é de que, por meio dos nossos esforços, as jovens modelos um dia serão poupadas da humilhação, da perigosa perda de peso, da depressão que vem com a anorexia e da miséria do abandono de uma indústria envergonhada de vê-las transformadas em mulheres de verdade. Há os padrões normais em como tratamos uns aos outros e como tratamos crianças. Há aqueles que continuam a atropelar estes valores, mas há também os defensores de um caminho melhor. Espero que os esforços contínuos do CFDA e de todos que respeitam estes valores irão influenciar a opinião dos que estão no lado contrário da indústria, para assegurar uma mudança verdadeira para o melhor.


Aguardem o próximo post sobre os aplicativos do IPhone a respeito de comida!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cirurgia bariátrica em crianças e adolescentes

Mais uma notícia positiva para os "cirurgiões da obesidade" e negativa para as pessoas de bom-senso: segundo reportagem publicada no "The NY Times" (http://www.nytimes.com/2010/02/16/health/16teen.html?ref=science), cada vez mais crianças e adolescentes estão fazendo cirurgia bariátrica nos EUA - e não vai demorar muito para essa moda chegar no Brasil. Apesar da perda de peso considerável no primeiro ano pós-cirurgia, ao final do segundo ano o IMC dos jovens parece se estabilizar, e não existem estudos que acompanharam esses indivíduos a longo prazo, ou seja, por um período superior a dois anos após a operação. Além disso, um estudo que acompanhou um grupo de jovens que fez a cirurgia e outro que passou por um programa intensivo de mudanças no estilo de vida encontrou que, apesar do primeiro grupo ter perdido mais peso ao final de dois anos, o segundo também apresentou melhoras consideráveis em pressão arterial, resistência à insulina, entre outros parâmetros. Ou seja: os sortudos que não passaram pela cirurgia talvez não tenham melhorado tanto quanto o que os profissionais gostariam, mas pelo menos não precisaram mudar radicalmente seu sistema digestório para o resto da vida! E aí eu me pergunto: será que as crianças e adolescentes têm um completo entendimento das alterações que vão ocorrer em seu organismo dali em diante? Se para um adulto já é difícil aguentar o pós-operatório e se comprometer com as mudanças no estilo de vida que a cirurgia demanda, que dirá para um jovem...
Terminando com uma "pérola de sabedoria", aqui está o depoimento de um importante médico que, por sinal, ganha bastante dinheiro com as cirurgias da obesidade: ao ser questionado sobre a gastrectomia vertical, procedimento que consiste na remoção de cerca de 80% do estômago, ele disse: "É uma cirurgia belíssima".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A ignorância está no ar...


Uma das regras de ouro do bom empreendedor é saber adaptar sua empresa às mudanças que ocorrem a cada dia no mundo... Acho que o presidente da Southwest Airlines esqueceu de estudar esse capítulo, pois apesar do grande número de pessoas com sobrepeso e obesidade atualmente, as poltronas de sua companhia parecem estar pequenas demais... Por essa razão, o ator Kevin Smith foi expulso de um dos vôos da companhia porque havia comprado somente uma passagem (sim, ele é obrigado a comprar duas se quiser viajar com conforto) e, dessa forma, poderia prejudicar "a segurança e o bem-estar dos demais passageiros"... Não só fico indignada pelo fato dele ter que pagar mais por estar gordo mas fico horrorizada pela humilhação pública que ele deve ter passado ao ter que se retirar da aeronave... Se fosse eu, com certeza processava...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um desabafo

Muitas pessoas que leram o post sobre o preconceito contra os mais gordos no sistema de saúde ficaram um pouco assustadas, vieram me dizer que não sabiam que isso existia, achavam que justamente por serem mais gordas, essas pessoas mereciam uma atenção maior de seus médicos, nutricionistas e afins... Pois é, eu concordo... Mas na verdade, algumas dessas mesmas pessoas que vieram me dar essa devolutiva têm o preconceito tão arraigado em si próprias que nem se dão conta... Por exemplo: para os que não sabem, criei uma conta no twitter para divulgar o blog (http://www.twitter.com/carol_pcosta, sigam-me!) e não me canso de ler cometários do tipo: "nossa, fui no rodízio de sushi, comi muito, que gordona!" ou "comi muito bolo de brigadeiro na casa da minha avó, sou mesmo uma gordinha safada!". Ou seja: como se só os gordos fossem no rodízio ou comessem um pouco a mais do bolo delicioso da vovó! É como se a pessoa, escrevendo isso publicamente, estivesse se punindo por ter cometido "tamanho pecado"... Nas entrelinhas, a mensagem que eu enxergo é: "escutem, eu sei que fiz errado, afinal só gordos fazem isso"! Como meu pai sabiamente diz, às vezes temos que prestar atenção aos detalhes, eles fazem toda a diferença...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mulheres obesas, melhor nem engravidar...

O Instituto de Medicina americano lançou novas diretrizes limitando o ganho de peso durante a gestação para mulheres obesas. Apesar de eu não engolir muito bem essa história de ganho de peso padrão para todas as gestantes, e preferir o acompanhamento individual de cada uma através das curvas que nos foram apresentadas na faculdade de Nutrição, tenho que dizer que, muitas vezes, as mulheres acabam ganhando peso demais nesse período, provavelmente porque acreditam no mito de que a mulher grávida "tem que comer por dois". Mas aqui está o fato que me deixou verdadeiramente alarmada: o governo americano está financiando um estudo de 2,2 milhões de dólares (Healthy Moms Study) para investigar os benefícios - ou malefícios, a meu ver - caso a gestante obesa não ganhe NADA de peso durante a gestação. Ou seja, uma dietinha básica para dois. Aparentemente, a mulher terá que negar todas as alterações no comportamento alimentar que ocorrem nesse período mágico chamado gestação. Nada de "desejos" por bombas de chocolate ou tortas de creme. O que mais me incomoda é o seguinte: se a mulher obesa tem que manter o número estável na balança, onde se encaixa na equação o peso da placenta, do tecido mamário (que tem que se preparar para a amamentação), do volume sanguíneo aumentado e do prórpio bebê?! Vamos deixar para os pesquisadores responderem essa...