quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aplicativos de smartphone que podem ajudar no autocuidado

Aproveitando a ociosidade das férias, decidi buscar em meu IPhone alguns aplicativos interessantes (e gratuitos!) que pudessem favorecer o autocuidado e promover ideias saudáveis. Infelizmente, todos os que eu encontrei são em inglês.

1.“Awesome Eats”

É um jogo infantil em que se tem que completar várias missões específicas usando frutas e legumes. Interessante para as crianças se familiarizarem com os diferentes tipos de vegetais e ao mesmo tempo se divertirem e trabalharem agilidade e raciocínio. Traz também dicas gerais de alimentação saudável. Adultos, cuidado: pode ser altamente viciante! (eu mesma fiquei uns vinte minutos jogando!)

2. “RR” (Recovery Record)

Aplicativo desenvolvido inicialmente para pacientes com transtornos alimentares, em parceria com a Universidade de Stanford. Permite que o usuário registre sua alimentação (funcionando como um diário alimentar, onde a pessoa anota o que comeu, o que sentiu e pensou, metas sugeridas pela sua equipe de tratamento), tenha acesso a táticas/frases de enfrentamento (o chamado coping) e troque mensagens de apoio com outros usuários.

3. “Eat, Drink & Be Mindful”

Semelhante ao aplicativo anterior, pode ser usado por pessoas que não tenham transtorno alimentar. Incentiva a prática do mindful eating (veja mais aqui).

4. “Vegman”

Aplicativo que conta com auxílio do GPS para encontrar restaurantes vegetarianos e vegans em diversas localidades do mundo. Interessante para quem quer conhecer novas opções gostosas para comer fora (perto de casa, do serviço...).

5. “101 Revolutionary Ways to Be Healthy”

Traz 101 sugestões sobre como ser saudável. O legal é que as sugestões fogem do básico (“coma mais frutas”) e trazem mensagens inclusive sobre auto-aceitação e foco nas mudanças de estilo de vida, e não no peso corporal em si.

6. “The Now”

Em intervalos aleatórios, o aplicativo envia mensagens positivas sobre como aproveitar melhor o momento presente. Ideal para quem precisa quebrar a rotina por alguns segundos durante o dia e desestressar.

7. “Mindfulness Meditation”

Usando os princípios do mindfulness (veja mais aqui), traz gravações em áudio de meditações guiadas com diferentes durações, bem como técnicas de relaxamento. Este é o único da lista que não é gratuito (mas se não me engano custa menos de 3 dólares).

Aproveitando que este é meu último post do ano, deixo o link de uma postagem antiga (mas muito válida ainda!) sobre como aproveitar as festas

Até ano que vem!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ritalina não melhora cognição em pessoas saudáveis


Já fez um tempo que venho me assustando com o uso crescente e indiscriminado do metilfenidato (nome comercial: ritalina) por pessoas saudáveis que buscam uma melhora na concentração/cognição, incluindo estudantes e profissionais de saúde. Felizmente, um estudo recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgado no jornal Estado de São Paulo encontrou que a substância não traz benefícios a pessoas saudáveis.

Jovens saudáveis entre 18 e 30 anos foram divididos em quatro grupos: um tomou placebo e os outros três tomaram diferentes doses da droga (10, 20 ou 40mg). Os participantes foram então submetidos a diferentes testes que avaliaram grau de atenção, memória e funções executivas (funções como raciocínio, lógica, tomada de decisões). Resultado: o desempenho dos grupos foi semelhante, desbancando a hipótese então de que a ritalina poderia ajudar a "turbinar o cérebro".

Importante ressaltar que o metilfenidato pertence à classe das anfetaminas, assim como os inibidores de apetite recentemente proibidos pela Anvisa (anfepramona, femproporex, mazindol), e seu uso é indicado em casos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A substância possui diversos efeitos colaterais (aumento do risco de convulsão, suor, calafrios, prejuízo de julgamento, irritabilidade) e pode provocar dependência, portanto seu uso deve ser muito bem avaliado por um médico.

Quer estudar e trabalhar melhor? Organize-se para ter uma boa noite de sono; alimente-se e hidrate-se bem; faça atividade física e garanta um tempo de lazer. Ainda mais agora com as festas de fim de ano chegando!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Mensagens negativas relacionadas ao chocolate podem aumentar seu consumo


Sabemos que muitas pessoas apresentam uma relação de “amor e ódio” com alguns alimentos, e um deles é o chocolate. Ao mesmo que tempo que se deseja, se tenta evitar a qualquer custo, gerando muitas vezes um ciclo de auto-indulgência seguido por culpa. Um novo artigo publicado na revista científica Appetite demonstrou as influências da mídia nos desejos de mulheres por comer chocolate.

As voluntárias da pesquisa (80 mulheres entre 17 e 26 anos, divididas em dois grupos: as que faziam dieta e as que não faziam) foram expostas a propagandas de chocolate com modelos magras ou com excesso de peso e com mensagens positivas ou negativas sobre comer chocolate (do tipo: “coma chocolate, é uma delícia!” ou “chocolate é rico em gordura, não exagere!”). Ao final do experimento, todas tiveram a oportunidade de comer esse alimento (e este consumo foi monitorado pelos pesquisadores).

Observou-se que as mulheres que viram as propagandas com modelos magras apresentaram mais desejo por chocolate, especialmente aquelas que faziam dieta. E tem mais: estas comeram mais e apresentaram mais culpa do que as demais. Além disso, as propagandas com mensagens negativas sobre chocolate aumentaram o desejo por seu consumo.

Trocando em miúdos, o que tudo isso significa?

Um dos pontos que os autores chamaram atenção é que ver constantemente imagens na mídia de modelos magras pode aumentar a ansiedade e a insatisfação corporal de muitas pessoas, o que por usa vez pode levar a um descontrole alimentar ou a um maior desejo por um alimento que seja gostoso e confortante. Por mais paradoxal que possa parecer, isso acontece muitas vezes, em especial entre indivíduos que fazem dieta. Com isso, come-se mais e sente-se mais culpa, reforçando a crença de que “já que eu não consigo me controlar devo mesmo parar de comer esse alimento!”. Ou seja: restrição levando ao exagero, muitas vezes à compulsão.

Em relação às mensagens, já é bastante divulgado o efeitos de orientações muito prescritivas ou proibitivas sobre o consumo alimentar. Quando as participantes leram nas propagandas que o chocolate “é perigoso” e “deve ser evitado”, a reação natural foi uma espécie de “rebelião”, levando a um aumento do desejo por consumi-lo. Já diz o ditado popular: “o que é proibido é mais gostoso”...

Ahh, se apenas nos permitíssemos comer quando realmente estamos com vontade e apreciar o momento, ao invés de já sentir a culpa no momento da primeira mordida...