sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Reganho de peso por si só pode levar a complicações metabólicas

Sabe-se atualmente que a maioria das pessoas que emagrece acaba recuperando o peso perdido. E, segundo alguns pesquisadores, esse reganho de peso é por si só um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Uma revisão interessante publicada em 2002 no International Journal of Obesity diz o seguinte: a flutuação de peso ao longo da vida pode aumentar a morbidade e mortalidade cardiovasculares. Detalhe: um único episódio de perda significante de peso e reganho deste já pode aumentar o risco de doenças cardíacas coronarianas.
Um dos fatores responsáveis seria o fenômeno da "hipertensão de realimentação", isto é, episódios hipertensivos após a realimentação e o reganho de peso. Isto foi confirmado, por exemplo, em estudos que avaliaram prisioneiros de guerra após períodos de inanição. Já um estudo longitudinal recente (SOS Intervention Study) mostrou que pacientes bariátricos que recuperaram menos de 25% de seu peso oito anos após a cirurgia tiveram aumentos significativos em sua pressão arterial.
Outro fator seria o maior reganho de peso em forma de gordura corporal ao invés de músculo. Afinal, o corpo não é bobo, ele vai preferir armazenar uma maior quantidade de gordura, poderosa fonte de enrgia, já que não sabe quando você vai resolver passar fome de novo! E passar fome pode ser, por exemplo, se engajar em mais uma dieta.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Integrais... Será?!

Alô você, que come seu pãozinho integral todos os dias pela manhã: você pode estar sendo enganado! Reportagem publicada no Estado de São Paulo (12/09/2010) revela que o Ministério Público quer fazer um acordo com as empresas para que divulguem o teor de ingredientes integrais nos pães industrializados, já que não existe legislação que as obrigue a declarar isso. Simplesmente colocar na embalagem termos como "integral", "multigrãos", "fonte de fibras" ou "feito com farinha integral" não garante que existam grãos integrais em uma quantidade expressiva na composição do produto. Nos EUA, para um produto receber a declaração de "integral", ele deve conter pelo menos 51% de grãos integrais. Uma pesquisa brasileira publicada em 2006 encontrou que pães de centeio integrais vendidos no Brasil continham em média apenas 15,5% de ingredientes integrais. Ou seja: você pode estar pagando a mais por um benefício que não existe.
Dica: cheque a lista de ingredientes na embalagem do produto. Se houver a palavra "integral" junto do primeiro ingrediente, pode ser que seja um integral verdadeiro...

sábado, 11 de setembro de 2010

Suplementos podem conter substâncias proibidas

Saiu na Folha de São Paulo dessa semana: cerca de 20% dos suplementos alimentares vendidos no Brasil contêm substâncias proibidas (e perigosas) em sua composição, como anabolizantes, sibutramina (remédio que aumenta a sensação de saciedade), estimulantes (anfetaminas) e diuréticos. E não estão inclusos aqui somente os suplementos para atletas (que já são utilizados sem indicação pelos ratos e ratas de academia), mas também suplementos vitamínicos, fitoterápicos, e por aí vai. Isso acontece porque a Anivsa (talvez pressionada pelas indústrias milionárias que fabricam e vendem tais suplementos) isenta esses produtos de registro sanitário, pois eles se enquadram na categoria "alimento", e não medicamento.
Aí é que mora o perigo. Suplementos não são inofensivos e devem ser prescritos por nutricionista ou médico, e olhe lá. E não pensem que os produtos importados são melhores que os nossos, não! Lá o índice de "contaminação" também gira em torno de 20%.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Emagrecimento pode liberar toxinas no sangue

Um estudo interessante publicado no International Journal of Obesity mostrou que a perda de peso a longo prazo está associada com o aumento da concentração de algumas toxinas na corrente sanguínea, chamadas de "poluentes orgânicos persistentes". Tais toxinas ficariam retidas no nosso tecido adiposo, por serem lipossolúveis, e seriam liberadas gradativamente conforme o indivíduo emagrece. Para obterem esses resultados, os pesquisadores acompanharam 1099 adultos por 10 anos e avaliaram sua variação de peso e as concentrações desses poluentes no sangue.
Pausa para interpretação: isso não significa que um indivíduo que é obeso porque se alimenta mal e é sedentário não vai se beneficiar de algumas mudanças em seu estilo de vida, que podem por consequência levar à perda de peso. Esse estudo só mostra que nem toda e qualquer perda de peso é benefica por si só.