segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Universidades americanas apresentam programas de prevenção de transtornos alimentares

Uma boa notícia para a nossa segunda-feira: as universidades e faculdades americanas já estão utilizando estratégias e programas de prevenção de transtornos alimentares em seus campi. Alguns deles foram divulgados pelo site "Accredited Online Colleges" (http://www.accreditedonlinecolleges.com/blog/2011/11-important-ways-colleges-are-fighting-eating-disorders/) e estão listados abaixo. Viva!

1. Barbie em tamanho real
Uma aluna do Hamilton College em Clinton, Nova York, fez uma Barbie em tamanho real para ilustrar as proporções irreais da boneca. Ela ficou exposta na faculdade, que também participou pela primeira vez da "National Eating Disorders Awareness Week" ("Semana Nacional de Conscientização dos Transtornos Alimentares").


2. Tratamentos alternativos para os transtornos alimentares
Pesquisadores da Universidade de Búfalo estão verificando a eficácia de tratamentos alternativos para os transtornos alimentares, que podem ser aliados ao tratamento convencional. Dentre eles estão técnicas de relaxamento e respiração e ioga.

3. Desfile para promoção de imagem corporal saudável
Todos os anos, a Universidade de Washington realiza um desfile com meninas de vários tamanhos, promovendo a idéia de que é importante se aceitar e se gostar independentemente do tamanho do corpo.



4. Retirada de informação nutricional dos cardápios
Já se sabe que o foco em calorias aumenta a preocupação com a alimentação e com o corpo e pode trazer malefícios aos indivíduos em risco para transtornos alimentares, bem como aos que já têm a doença. Diante disso, a Universidade de Harvard tirou a informação nutricional dos cardápios de sua praça de alimentação estudantil. Agora, as informações só podem ser acessadas caso solicitadas nos respectivos restaurantes.

5. Dia sem espelho
A Universidade de Ciências, na Filadélfia, realiza uma vez por ano a "segunda-feira sem espelho", em que os espelhos do campus são cobertos com um papel branco onde são escritas mensagens positivas sobre imagem corporal e auto-aceitação. Além disso, a universidade promoveu uma exposição de arte com peças criadas por mulheres em recuperação de transtornos alimentares.


6. "Project Heal"
Como a maioria dos tratamentos multiprofissionais para os transtornos alimentares nos Estados Unidos é oferecida por clínicas particulares, duas alunas que se conheceram em uma dessas clínicas criaram o "Project Heal" ("Projeto Curar"), que visa arrecadar fundos para pagar o tratamento de pessoas que não tem recursos para isso. Seis garotas já foram enviadas a centros de tratamento gratuitamente.

Infelizmente, a única iniciativa brasileira de prevenção dos transtornos alimentares que tenho conhecimento é a "Semana Se Dê Conta", promovida pelo Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares (GENTA), do qual eu honrosamente faço parte! Este ano a semana de eventos será em outubro, sigam os blogs do GENTA e do Se Dê Conta (lateral direita do meu blog) e acompanhem as novidades!

domingo, 11 de setembro de 2011

Estudo polêmico sobre os "Vigilantes do Peso": algumas considerações

Um estudo polêmico publicado recentemente na revista científica "The Lancet" comparou a eficácia de um programa comercial de perda de peso ("Vigilantes do Peso" ou "Weight Watchers", como é chamado no exterior) com o que os pesquisadores chamaram de "tratamento convencional da obesidade" (ou seja, tratamento com um profissional de saúde apenas). Os resultados do estudo, que acompanhou durante um ano 772 participantes com sobrepeso e obesidade, verificou que aqueles que participaram do programa dos Vigilantes perderam duas vezes mais peso que os voluntários em "tratamento convencional". Além disso, os participantes do primeiro grupo reduziram de forma mais acentuada sua circunferência de cintura.
Antes de me "animar" com estes resultados, que estão sendo amplamente divulgados pela mídia, li a pesquisa completa e tenho algumas considerações:

1. O estudo teve duração de um ano, o que é muito pouco em estudos científicos. Quem garante que depois desse período os pacientes continuaram perdendo peso ou mesmo que eles mantiveram o peso perdido?
2. Foram analisados também exames bioquímicos no início e no final do estudo (insulina, glicose, HDL, LDL, colesterol total e hemoglobina glicada), e somente um dos resultados (insulina) apresentou diferença significativa favorável ao grupo dos Vigilantes.
3. No grupo "tratamento convencional", os voluntários passaram somente com um profissional de saúde, acredito eu que médico (eles não especificaram no estudo!). Já é sabido que qualquer tratamento sério para perda de peso deve ser multiprofissional, contando com médico, nutricionista, educador físico, psicólogo...
4. Bomba final: o estudo foi financiado pelos Vigilantes do Peso!!! (possível conflito de interesses?!)

Para terminar, deixo minha "alfinetada" a esse tipo de programa: tem certeza que você quer deixar de comer alimentos para comer pontos?! Porque de fato é isso que acontece...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Twitter se nega a bloquear perfis que promovem transtornos alimentares

Foi divulgado hoje no site da UOL que o Twitter negou o pedido de autoridades espanholas de bloquear perfis pró-anorexia e pró-bulimia. Segundo a rede social, o bloqueio constituiria numa "restrição à liberdade de expressão".
Queria ver se eles assumiriam essa mesma postura caso começassem a surgir perfis pró-preconceito racial, pró-nazismo, pró-homofobia...

domingo, 4 de setembro de 2011

Nova droga antidiabética é usada para emagrecimento

Chegou em agosto no Brasil a liraglutida (nome comercial: Victoza), droga antidiabética que imita o GLP-1, um dos hormônios associados à liberação de insulina pelo pâncreas e à sensação de saciedade. Devido a esta última associação, o medicamento já está sendo prescrito por alguns médicos a pacientes com sobrepeso e obesidade, a fim de auxiliar no processo de emagrecimento. Os especialistas dizem que os únicos efeitos colaterais relatados até então são náuseas e dores de cabeça nas duas primeiras semanas, e que pacientes que apresentam níveis normais de glicose no sangue não terão a estimulação do pâncreas pela droga para liberação de insulina. Entretanto, é importante ressaltar que, por enquanto, o fabricante e as agências de saúde só indicam a droga para o tratamento do diabetes tipo 2. Os ensaios clínicos que avaliam o uso do medicamento com a finalidade de emagrecimento ainda não foram completados e submetidos às autoridades sanitárias.
Por enquanto, melhor agir com cautela e investir no estilo de vida. Em breve, notícias da Anvisa sobre a proibição dos anorexígenos (anfetaminas) e da sibutramina.