quinta-feira, 30 de junho de 2011

Propaganda de adoçante incentiva atitudes alimentares transtornadas

Imagine a seguinte propaganda de televisão, de um novo adoçante americano feito de estévia (para quem não sabe, estévia é uma planta, cujas folhas apresentam uma substância capaz de agir como adoçante): uma moça comendo cheia de culpa a fatia de bolo do seu namorado, enquanto ele não está na sala. A musiquinha de fundo tem a seguinte letra (traduzida livremente do inglês):

"I loved you sweetness (Eu te amo doçura)
But you're not sweet you made my butt fat (Mas você não é doce você deixou minha bunda gorda)
you drove me insane (Você me deixou louca)
self control down the drain (Meu auto-controle foi para o ralo)
we're over i'm so done with that (é o fim, estou tão cheia disso)
I found a new love (eu achei um novo amor)
A natural true love (um amor verdadeiro e natural)
that comes from a little green leaf (que vem de uma pequena folha verde)
zero calorie guilt free no artificiality (zero calorias, livre de culpa, sem artificialidade)
my skinny jeans zipped in relief (meu jeans skinny está aliviado)
It's name is Truvia (seu nome é Truvia)
I had no idea (eu não fazia idéia)
No more sprinkling my coffee with grief (nada de adoçar meu café com culpa daqui para frente)

Para quem fizer questão de ver a propaganda (assim como eu, porque não podia acreditar que isso era verdade!), abaixo está o link do Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=qzsTU60egf4&w=400&h=310

Algumas considerações:
1. Aparentemente, a empresa resolveu que ao invés de fazer as pessoas gostarem de seu novo produto, seria melhor fazer as mulheres (especialmente) se odiarem e usarem o adoçante para diminuir sua culpa. Como se a moça da propaganda nunca mais pudesse comer um pedaço de bolo, e sim satisfazer sua vontade de doce com um pacotinho de Truvia. Não estudei marketing, mas acredito que incentivar comportamentos e atitudes alimentares transtornadas, como faz a letra da música, não seja uma boa (e ética) estratégia de venda.
2. Só para constar: "vem de uma pequena folhinha verde"? Bom, 99,1% do tal adoçante é um extato de milho chamado "erythritol", e somente 0,9% é estévia! Enganoso? Não, imagina!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Estudo genético revela: pouca gordura corporal nem sempre significa menor risco de doenças

Um estudo recente, liderado por dois médicos de Harvard que analisaram o genoma de mais de 75.000 pessoas, encontrou resultados surpreendentes: há forte evidência de que um gene chamado IRS1 predispõe a um menor acúmulo de gordura corporal, mas está ligado a níveis mais altos de colesterol e glicose no sangue. Ou seja, magreza nem sempre é sinal de saúde metabólica. A seguir está o link de uma reportagem falando sobre o estudo: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2011-06/hsif-gss062311.php

sábado, 4 de junho de 2011

Será mesmo alimentação saudável?

O governo americano lançou essa semana um novo ícone gráfico para estimular a alimentação saudável.




O símbolo de baixo é o antigo, a pirâmide alimentar, semelhante àquela usada no Brasil atualmente. Está dividida em quatro andares: o primeiro é dos pães, massas e cereais (ricos em carboidrato, nutriente que dá energia); o segundo é das frutas e vegetais (ricos em fibras, vitaminas e minerais, nutrientes que regulam diversas funções no nosso organismo); o terceiro é dos feijões, carnes, ovos e leites e derivados (ricos em proteínas, nutrientes que constroem nossos músculos, formam hormônios, dentre outras funções); e, finalmente, no quarto e último andar (o menor de todos, representando os alimentos que devemos comer em menor quantidade no dia) estão as gorduras e os doces. Mas pelo menos eles estão lá. No novo símbolo, representado por um prato, estão somente os grãos (representando os alimentos ricos em carboidratos), as proteínas, as frutas e os vegetais. Na lateral tem também um círculo representando o leite e seus derivados. E cadê os doces e as gorduras?! Eles não fazem parte de uma alimentação saudável também, em sua devida quantidade?! Pois eu acho que fazem.
Abaixo está uma definição muito completa (e poética) do que é alimentação saudável, definida pela nutricionista e pesquisadora americana Ellyn Satter. Saboreiem!

“Alimentar-se normalmente é ser capaz de comer quando você está com fome e continuar comendo até você ficar satisfeito. É ser capaz de escolher os alimentos que você gosta e comê-los até aproveitá-los suficientemente – e não simplesmente parar porque você acha que deveria. Alimentar-se normalmente é ser capaz de usar alguma restrição na seleção de alimentos para consumir os alimentos certos, mas sem ser tão restritivo a ponto de não comer os alimentos prazerosos. Alimentar-se normalmente é dar permissão a você mesma para comer às vezes porque você está feliz, triste ou chateado ou apenas porque é tão gostoso. É também deixar alguns biscoitos no prato porque você pode comer mais amanhã ou então comer mais agora porque eles têm um sabor maravilhoso quando estão frescos. Alimentar-se normalmente é comer em excesso às vezes e depois se sentir estufado e desconfortável. Também é comer a menos de vezes em quando, desejando ter comido mais. Alimentar-se normalmente é confiar que seu corpo conseguirá corrigir os errinhos da sua alimentação. Alimentar-se normalmente requer um pouco do seu tempo e atenção, mas também ocupa o lugar de apenas uma área importante, entre tantas, de sua vida. Resumindo, o “comer normalmente” é flexível e varia em resposta às nossas emoções, nossa agenda, nossa fome e nossa proximidade com o alimento.”