domingo, 19 de dezembro de 2010

Como fazer as pazes com a comida nessas festas

Pois é, as festas estão chegando. E, com elas, todos os pratos deliciosos que culturalmente só comemos no Natal ou no Ano-Novo. Seguindo o exemplo de um blog americano que eu adoro ("Weightless", está na lista dos blogs amigos!), gostaria de deixar uma breve mensagem para que todos possam curtir em paz, assim como eu, esse momento do ano tão familiar e festivo.

1. Você tem o direito de saborear sem culpa sua ceia de Natal e Ano-Novo, pois é só nessa época que você tem panetone, peru, tender e aquela farofinha especial da sua avó.

2. Você não deve fazer jejum nos dias 24 e 31 para poder se empanturrar à noite, você vai acabar comendo muito mais, vai se frustar por perder o controle e não vai saborear sua refeição dignamente. Não desrespeite a si mesmo.

3. Pare de comer quando estiver satisfeito, mesmo que isso signifique guardar a fatia daquela torta de nozes maravilhosa da sua tia para o almoço do dia 25 ou do dia primeiro. Você não precisa comer a mais do que seu corpo lhe pede para agradar ninguém.

4. Aproveite a hora da ceia para se sentar perto daquele primo que você não vê a tempos, aliás, que você viu há exatamente um ano na ceia de Natal passada. Afinal, a boa comida também tem seu papel social importante!

Passem adiante, feliz Natal e até o ano que vem!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Conflito de interesses

Um exemplo claro de como a indústria do emagrecimento visa aprovar medidas milionárias em nome da "saúde" e do enriquecimento próprio, diga-se de passagem. A empresa Allergan, fabricante de bandas gástricas usadas em cirurgias bariátricas, quer tentar reduzir o limite de IMC proposto para a realização deste tipo de cirurgia, baseada em um único estudo conduzido por ela própria. Atualmente, para a pessoa ter indicação para a cirurgia de obesidade, deve ter um IMC igual ou acima de 40kg/m² (obesidade grau III, o que era chamado antigamente de "obesidade mórbida) ou IMC entre 35 e 40kg/m², associado a complicações clínicas (diabetes, hipertensão, etc). A empresa quer reduzir os limites para 35kg/m² e a partir de 30kg/m² com complicações, respectivamente.
Será que não existem conflitos de interesse em jogo?! Será que a empresa está divulgando que 70% dos pacientes do seu estudo apresentaram efeitos colaterais como vômito e dor, após a colocação da banda?! E que 0,1% dos pacientes que colocam o anel morrem em até 30 dias após a cirurgia?! É viável aprovar uma medida tão drástica com base em apenas um estudo, e ainda por cima realizado por uma empresa que vai ganhar milhões caso isso ocorra?!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Para quem pensa que é frescura...

Dados recentes da Academia Americana de Pediatria alertam: cresceu o número de internações de crianças com transtornos alimentares. Entre as menores de 12 anos que tem a doença, as hospitalizações cresceram 119% entre 1999 e 2006. E depois ainda tem gente que diz que transtorno alimentar é frescura...

sábado, 6 de novembro de 2010

Gordos também querem casar!

Pesquisa do HCor com 600 voluntários cariocas e paulistanos, divulgada ontem na Folha de São Paulo, mostrou que 54% dos homens e 46% das mulheres não se casariam com uma pessoa gorda. Isso pressupõe um preconceito tão imenso que não basta você ser fiel, simpático(a), inteligente, rico(a), bom de cama e ter um rosto bonito: se você for gordo(a), uma em cada duas pessoas irá rejeitá-lo(a) na hora de subir ao altar.

sábado, 9 de outubro de 2010

Isotônicos aumentam risco de erosão dental

Mais um aviso àqueles que tomam isotônicos com frequência: essas bebidas podem ser tão ou mais ácidas que um refrigerante, causando erosão dental. O resultado foi obtido através de uma pesquisa brasileira realizada recentemente, que analisou em laboratório a perda mineral em dentes humanos após exposição a alguns tipos de Gatorade. Segundo a Anvisa, isotônicos (ou melhor dizendo, "repositores hidroeletrolíticos") devem ser consumidos apenas por atletas, e com recomendação de especialista.

sábado, 2 de outubro de 2010

Cirurgia bariátrica aumenta risco de suicídio

Um estudo americano realizado na Pensilvânia e publicado recentemente encontrou que pacientes bariátricos (isto é, que passaram pela cirurgia) têm risco aumentado de suicídio. Segundo os autores, dos 16.683 pacientes operados no estado entre 1995 e 2004, 31 cometeram suicídio até o final de 2006. Isso representa uma taxa de suicídio de 14 por 10.000 homens/ano e 5 por 10.000 mulheres/ano, bem maior do que a taxa de suicídio para adultos da Pensilvânia com a mesma faixa etária no mesmo período. As razões para este fato ainda são desconhecidas, mas suspeita-se que o risco maior de suicídio pode estar relacionado à depressão pré ou pós-cirúrgica nesses pacientes, sendo que esta última poderia estar relacionada a deficiências vitamínicas adquiridas após o procedimento (existem relações entre deficiência de vitaminas B e D, por exemplo, e depressão).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Reganho de peso por si só pode levar a complicações metabólicas

Sabe-se atualmente que a maioria das pessoas que emagrece acaba recuperando o peso perdido. E, segundo alguns pesquisadores, esse reganho de peso é por si só um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Uma revisão interessante publicada em 2002 no International Journal of Obesity diz o seguinte: a flutuação de peso ao longo da vida pode aumentar a morbidade e mortalidade cardiovasculares. Detalhe: um único episódio de perda significante de peso e reganho deste já pode aumentar o risco de doenças cardíacas coronarianas.
Um dos fatores responsáveis seria o fenômeno da "hipertensão de realimentação", isto é, episódios hipertensivos após a realimentação e o reganho de peso. Isto foi confirmado, por exemplo, em estudos que avaliaram prisioneiros de guerra após períodos de inanição. Já um estudo longitudinal recente (SOS Intervention Study) mostrou que pacientes bariátricos que recuperaram menos de 25% de seu peso oito anos após a cirurgia tiveram aumentos significativos em sua pressão arterial.
Outro fator seria o maior reganho de peso em forma de gordura corporal ao invés de músculo. Afinal, o corpo não é bobo, ele vai preferir armazenar uma maior quantidade de gordura, poderosa fonte de enrgia, já que não sabe quando você vai resolver passar fome de novo! E passar fome pode ser, por exemplo, se engajar em mais uma dieta.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Integrais... Será?!

Alô você, que come seu pãozinho integral todos os dias pela manhã: você pode estar sendo enganado! Reportagem publicada no Estado de São Paulo (12/09/2010) revela que o Ministério Público quer fazer um acordo com as empresas para que divulguem o teor de ingredientes integrais nos pães industrializados, já que não existe legislação que as obrigue a declarar isso. Simplesmente colocar na embalagem termos como "integral", "multigrãos", "fonte de fibras" ou "feito com farinha integral" não garante que existam grãos integrais em uma quantidade expressiva na composição do produto. Nos EUA, para um produto receber a declaração de "integral", ele deve conter pelo menos 51% de grãos integrais. Uma pesquisa brasileira publicada em 2006 encontrou que pães de centeio integrais vendidos no Brasil continham em média apenas 15,5% de ingredientes integrais. Ou seja: você pode estar pagando a mais por um benefício que não existe.
Dica: cheque a lista de ingredientes na embalagem do produto. Se houver a palavra "integral" junto do primeiro ingrediente, pode ser que seja um integral verdadeiro...

sábado, 11 de setembro de 2010

Suplementos podem conter substâncias proibidas

Saiu na Folha de São Paulo dessa semana: cerca de 20% dos suplementos alimentares vendidos no Brasil contêm substâncias proibidas (e perigosas) em sua composição, como anabolizantes, sibutramina (remédio que aumenta a sensação de saciedade), estimulantes (anfetaminas) e diuréticos. E não estão inclusos aqui somente os suplementos para atletas (que já são utilizados sem indicação pelos ratos e ratas de academia), mas também suplementos vitamínicos, fitoterápicos, e por aí vai. Isso acontece porque a Anivsa (talvez pressionada pelas indústrias milionárias que fabricam e vendem tais suplementos) isenta esses produtos de registro sanitário, pois eles se enquadram na categoria "alimento", e não medicamento.
Aí é que mora o perigo. Suplementos não são inofensivos e devem ser prescritos por nutricionista ou médico, e olhe lá. E não pensem que os produtos importados são melhores que os nossos, não! Lá o índice de "contaminação" também gira em torno de 20%.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Emagrecimento pode liberar toxinas no sangue

Um estudo interessante publicado no International Journal of Obesity mostrou que a perda de peso a longo prazo está associada com o aumento da concentração de algumas toxinas na corrente sanguínea, chamadas de "poluentes orgânicos persistentes". Tais toxinas ficariam retidas no nosso tecido adiposo, por serem lipossolúveis, e seriam liberadas gradativamente conforme o indivíduo emagrece. Para obterem esses resultados, os pesquisadores acompanharam 1099 adultos por 10 anos e avaliaram sua variação de peso e as concentrações desses poluentes no sangue.
Pausa para interpretação: isso não significa que um indivíduo que é obeso porque se alimenta mal e é sedentário não vai se beneficiar de algumas mudanças em seu estilo de vida, que podem por consequência levar à perda de peso. Esse estudo só mostra que nem toda e qualquer perda de peso é benefica por si só.

domingo, 22 de agosto de 2010

As implicações clínicas do "weight bias" no tratamento de pacientes obesos

Apesar de muitos preconceitos não serem mais aceitos pela sociedade (graças a Deus!), tem um que ainda persiste: o preconceito contra a obesidade. Muitas pessoas ainda acreditam que "só é gordo quem quer", que "gordo é preguiçoso e não tem auto-controle", que "gordo é tudo infeliz", e por aí vai. O mais lamentável, na minha opinião, é que muitos profissionais de saúde, que deveriam apoiar o paciente sem julgá-lo, estão entre estas pessoas. Sejam eles médicos, enfermeiros, psicólogos, professores de educação física... Esqueci alguém? Ah, sim: os nutricionistas. Como me formo esse ano e, portanto, sou quase uma delas, posso dizer com certeza que o tema "weight bias" (poderia ser traduzido como "preconceito da obesidade") nunca foi abordado ao longo do curso de Nutrição, como se o assunto não nos disesse respeito. Isso é ruim? Um estudo fresquinho (e muito interessante) diz que sim. Uma amostra de 182 estudantes de Nutrição (quase todas mulheres e com peso normal) de várias universidades americanas avaliou um dos quatro perfis hipotéticos criados pelos autores do estudo: uma mulher obesa ou um homem obeso ou uma mulher com peso normal ou um homem com peso normal. Todos esses "pacientes" tinham exames normais(colesterol, glicemia, pressão), a dieta de todos era adequada (ingestão recomendada de gorduras, fibras e frutas/verduras) e todos faziam uma quantidade razoável de atividade física (30 minutos de atividade moderada, 4 vezes na semana). Ou seja: eles eram perfeitamente saudáveis! Foi solicitado aos alunos que dessem uma nota de 1a 5 ao estado de saúde geral e à qualidade da dieta dos "pacientes". Além disso, os futuros nutricionistas responderam a um questionário que avaliava a atitude deles em relação a pessoas obesas (Fat Phobia Scale). Os resultados são surpreendentes: foi encontrado um grau considerável de "fat phobia" nos alunos, isto é, uma atitude negativa em relação a pessoas obesas, o que determinou uma avaliação mais negativa do estado de saúde e da dieta dos "pacientes" gordos. Além disso, os alunos que analisaram os perfis obesos disseram que eles seriam pouco participativos no tratamento e que seria menos provável eles seguirem as orientações propostas.
As implicações desses achados são muito sérias. Assumir que um paciente será menos participativo no tratamento simplesmente pelo fato dele ser gordo é preocupante, já que isto não está baseado em nenhum estudo ou informação coerente. Qual será a dedicação e o engajamento de um profissional que logo de cara já considera o paciente "um caso perdido"? E o fato dos alunos assumirem automaticamente que a saúde e a dieta dos perfis obesos era pior que a dos outros, mesmo isto não sendo verdade, contribui para a perpetuação dos estereótipos negativos contra obesos. A mensagem que se passa é a seguinte: "ok, você tem exames normais, come bem e faz atividade física, mas só isso não adianta. Afinal, você é gordo." Será que o paciente vai continuar se esforçando para ser saudável?! Você continuaria?!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O que está por trás da obsessão com comida e peso

Bom dia pessoal!
Acabei de ler um capítulo de um livro muito bacana, chamado "Women, Food and Good: an unexpected path to almost everyhting" (a tradução seria algo do tipo "Mulheres, Comida e Deus: um caminho inesperado para quase tudo"). A autora, Geneen Roth, defende que nosso relacionamento com a comida é um reflexo do nosso relacionamento com a vida.
Neste capítulo específico, ela coloca que não é raro pensarmos que nossa vida pode melhorar se emagrecermos: seremos mais felizes, satisfeitos, saudáveis e ativos. Entretanto, ela diz que se passamos boa parte do tempo obcecados com essa idéia, se realmente acreditamos nisso como sendo uma verdade absoluta, alguma outra coisa está se passando por trás. A luta contra o peso pode estar camuflando uma luta maior em outras áreas da vida, que não queremos - ou achamos que não conseguimos - enfrentar.
A mentalidade focada na perda de peso altera a relação de uma pessoa com a comida, que adquire então uma importância sem igual. Não se consegue parar de pensar nela; surgem vontades absurdas de comer determinados alimentos, principalmente daqueles que são "proibidos". Existem também as pessoas que usam o alimento como "sedativo", comem em resposta a alguma emoção, comem para não ter que senti-la de fato. E não comem com prazer, saboreando a comida e observando sua textura, sua cor, seu aroma... Comem rapidamente, em grandes quantidades. "Oras, eu como muito porque sou sem-vergonha, amo comer!". Isso não é amor. Quando se ama algo, você presta atenção naquilo, você gasta tempo com aquilo, você sente prazer.
A questão é: se você perde peso e ainda assim não aprende a lidar com determinadas situações e emoções que te deixam desconfortáveis, é provável que você continue recorrendo à comida em alguns momentos.
Quem tiver interesse, pode me pedir esse capítulo gratuito em PDF e ouvir a autora lendo mais um trecho da obra num vídeo do Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=82Znw2UYH4c&feature=player_embedded
Aproveitem!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

É grande o número de cirurgia bariátrica em jovens

Saiu na Folha de São Paulo na semana passada um alerta alarmante: no ano passado, 1.500 das 30.000 cirurgias bariátricas realizadas no país foram feitas em menores de 20 anos. Apesar das normas brasileiras determinarem que somente asdolescentes maiores de 16 anos podem ser submetidos à cirurgia, e só se apresentarem índice de massa corpórea (IMC) acima de 40 e outras comorbidades associadas (hipertensão, diabetes, etc), a tendência, segundo alguns médicos, é aumentar as indicações. Entretanto, alguns profissionais mais sensatos relembram que ainda não se sabe ao certo os efeitos a longo prazo dessa cirurgia em adultos, que dirá em adolescentes. A mutilação do sistema digestivo de jovens pode trazer inúmeros riscos nutricionais (insuficiência de proteínas, vitaminas, minerais), psicológicos e psiquiátricos (distúrbios de imagem corporal por conta do emagrecimento rápido, desenvolvimento de transtornos alimentares), além dos riscos cirúrgicos inerentes à própria cirurgia.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quem tem amigos vive mais

O estudo de uma psicóloga da Universidade de Utah, EUA, trouxe resultados um tanto quanto inesperados: um pobre convívio social contribui tanto para morte precoce quanto fumar 15 cigarros ao dia ou tomar mais de seis drinques diariamente. Pessoas solitárias são mais propensas a doenças cardíacas, HIV/AIDS e câncer, em parte por razões biológicas e em parte porque essas pessoas tendem a incorporar menos hábitos saudáveis ao seu estilo de vida. Como a própria autora do estudo sugere, a estigmatização da obesidade seria contraproducente na melhoria do estilo de vida de pessoas obesas, já que poderia contribuir com sua alienação e com a redução de seu convívio social. Isto aumentaria o risco de morte por si só.
Mais um ponto negativo para o preconceito.

sábado, 24 de julho de 2010

Cirurgias podem dificultar a amamentação

As mulheres brasileiras que desejam ter filhos e amamentar deveriam ter mais critério na hora de optarem por uma redução ou aumento da mama. Critério para decidir se querem isso mesmo, para escolherem um bom médico e buscarem muita informação a respeito das técnicas existentes. Por quê? Porque acabou de sair um trabalho da Unifesp que encontrou que mulheres com seios operados tiveram mais dificuldade na hora de amamentar. Após um mês da data do parto, a amamentação exclusiva entre as mulheres com cirurgia foi muito menor. Segundo uma das autoras do estudo, na cirurgia de redução de mama retira-se parte do tecido da glândula mamária, estrutura responsável pela produção do leite. Já no implante de silicone, a prótese poderia comprimir a glândula, dificultando a amamentação.

Gordos podem sim ser saudáveis!

Confesso que me surpreendi. Até a "Women's Health", uma das revistas mais "gordofóbicas" que conheço, afirma em matéria publicada na edição de julho que gordos podem sim ser saudáveis. "O que detona a saúde não é a obesidade, mas o estilo de vida imprudente - dieta pobre em nutrientes e vida sedentária", diz a revista (e muitas pesquisas científicas que existem por aí). Eles até divulgaram o livro do professor de fisiologia do exercício Glenn Gaesser, dos EUA (muito bom, eu recomendo!): "Big fat lies - the truth about your weight and your health" (em portugês, seria algo como "Grandes e gordas mentiras - a verdade sobre seu peso e sua saúde"). Na obra, o autor apresenta vários estudos que colocam em dúvida a associação exagerada entre peso e saúde.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O que os gordos têm a dizer

Como muitos sabem por experiência própria, tem bastante gente que gosta de dar pitaco sobre o que ajuda ou não a perder peso, a melhorar a saúde e o bem-estar. Existem até estudos, por exemplo, que avaliam quais são as atitudes da população diante de diferentes intervenções para previnir a obesidade. Entretanto, indivíduos que já apresentam esta condição são raramente ouvidos nessas pesquisas. Acreditando que eles teriam muito a contribuir, autores australianos fizeram uma pesquisa qualitativa com 142 indivíduos adultos obesos, de alto nível educacional. Foram conduzidas entrevistas telefônicas com essas pessoas, que tiveram que discutir sobre a importância de várias intervenções na melhoria da saúde e na promoção do bem-estar de pessoas gordas. As intervenções englobavam campanhas governamentais que incentivam perda de peso, campanhas governamentais que incentivam o consumo de frutas e verduras, dietas comerciais, financiamento público para cirurgia bariátrica, dentre outras. O achado principal da pesquisa é que os entrevistados apoiaram as intervenções que não promoviam a estigmatização da obesidade e que não eram focadas na perda de peso por si só, mas sim que incentivavam mudanças no estilo de vida. Alguns outros resultados se mostraram bem interessantes. De forma geral, os obesos que se mostraram favoráveis à cirurgia bariátrica eram aqueles que estavam aguardando a cirurgia ou aqueles que a haviam feito há pouco tempo. Apenas 18% dos entrevistados reconheceram que dietas comerciais ("Vigilantes do Peso", dietas da moda, etc) eram benéficas, e suas percepções eram fortemente afetadas por suas próprias experiências frustradas. Ainda assim, muitos disseram que recorreriam novamente à alguma dieta por falta de apoio na mudança de estilo de vida. Não é difícil entender: quantos de nós não incentivamos nossos familiares gordos a fazerem dieta? É mais fácil culpá-los e dar uma solução simplista do que se oferecer para ir com eles ao parque e fazer uma caminhada.

sábado, 17 de julho de 2010

O massacre da fita métrica

Não bastassem as várias medidas que já existem para identificar o grau de obesidade de um indivíduo, aparentemente mais uma chegou para ficar: a circunferência do pescoço. Um estudo americano com aproximadamente mil crianças e adolescentes verificou correlação positiva entre circunferência do pescoço e IMC, isto é, um pescoço mais largo em jovens indica IMC mais alto. Os pesquisadores até mesmo definiram pontos de corte que determinam quais jovens estão acima do limite de IMC "desejável". Em adultos, a medida da circunferência do pescoço já é usada para detectar gordura visceral, aquela gordura que se deposita no abdômen ("barriga de chope") e que é mais danosa à saúde (mulheres, não se preocupem: a gordura que se deposita em nossos quadris e coxas é comprovadamente benéfica à saúde!).
Depois de ler o estudo, eu me questiono: se a medida tem a ver com o IMC, que invariavelmente é calculado em qualquer consulta médica ou nutricional, porque enrolar uma fita métrica no pescoço de uma criança de seis anos?! Para ela ficar, talvez, encanada com mais uma parte do seu corpo?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Alimentação saudável sem clichês

Olá pessoal! Como faz um tempinho que não escrevo, teremos post duplo esse fim de semana! O de hoje é mais descontraído, até mesmo poético... É uma visão diferente sobre o que é alimentação saudável... A autora chama-se Ellyn Satter, é uma nutricionista americana que eu adoro... Inspirem-se!

"“Alimentar-se normalmente é ser capaz de comer quando você está com fome e continuar comendo até você ficar satisfeito. É ser capaz de escolher os alimentos que você gosta e comê-los até aproveitá-los suficientemente – e não simplesmente parar porque você acha que deveria. Alimentar-se normalmente é ser capaz de usar alguma restrição na seleção de alimentos para consumir os alimentos certos, mas sem ser tão restritivo a ponto de não comer os alimentos prazerosos. Alimentar-se normalmente é dar permissão a você mesma para comer às vezes porque você está feliz, triste ou chateado ou apenas porque é tão gostoso. É também deixar alguns biscoitos no prato porque você pode comer mais amanhã ou então comer mais agora porque eles têm um sabor maravilhoso quando estão frescos. Alimentar-se normalmente é comer em excesso às vezes e depois se sentir estufado e desconfortável. Também é comer a menos de vezes em quando, desejando ter comido mais. Alimentar-se normalmente é confiar que seu corpo conseguirá corrigir os errinhos da sua alimentação. Alimentar-se normalmente requer um pouco do seu tempo e atenção, mas também ocupa o lugar de apenas uma área importante, entre tantas, de sua vida. Resumindo, o “comer normalmente” é flexível e varia em resposta às nossas emoções, nossa agenda, nossa fome e nossa proximidade com o alimento.”

Beijos e até amanhã!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Novo seriado: "Huge"

Quem é gordo sabe: fazer dieta não funciona. E o novo seriado da ABC, "Huge", o qual tive o prazer de assitir agora mesmo, mostra exatamente isso.
A história é sobre pais que têm a infeliz idéia de enviar seus filhos gordos (e lindos, por sinal) para um acampamento destinado à perda de peso. Regados a espinafre e uma treinadora física completamente neurótica, os adolescentes vivem o drama de sofrerem discriminação até mesmo entre eles próprios. Aos poucos, os efeitos da dieta imposta aos acampantes começam a surgir: pensamentos obsessivos por comida, contrabando de alimentos "proibidos" e uma garota que começa a vomitar por ter comido doces.
O ponto central da trama, entretanto, é o fato da protagonista (a mesma do filme Hairspray, inclusive) se recusar a aceitar o que a sociedade já internalizou: "ser gordo é ruim". Por quê? Porque é "feio"? Bom, ela não acha. Porque é uma "doença"? Bom, eu não concordo muito com essa visão, sabe-se que existem pessoas gordas que são saudáveis: se exercitam, comem bem, têm exames (colesterol, triglicérides, glicemia) normais... Eu sei que existem estudos que mostram que a obesidade é um fator de risco para algumas doenças, mas até aí, fazer dieta é um fato de risco para transtorno alimentar, e que eu saiba ninguém diz que isso é doença... Bom, talvez eu diga.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Propaganda de alimentos ricos em açúcar, sódio e gordura terá alerta

Foi publicada hoje no Diário Oficial da União uma resolução da Anvisa (RDC 24, de 15 de junho de 2010) que diz que alimentos ricos em sódio, açúcar e gordura deverão ter alertas à saúde em suas propagandas. Se estas forem no rádio, por exemplo, o locutor terá que fazer o alerta; se forem na televisão, a narração fica sob a responsabilidade do personagem principal.
Os alertas visam informar aos consumidores sobre os possíveis danos à saúde caso haja um consumo exagerado do alimento em questão. Resta saber se, a longo prazo, essa medida vai promover o consumo consciente desses alimentos ou se somente vai deixar a população mais neurótica. Um estudo americano de 2005, por exemplo, verificou que a maioria dos adolescentes não mudou sua escolha de fast-food após ser apresentada a um cardápio que continha o conteúdo de calorias e gordura dos alimentos. Vamos aguardar...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Exercício consciente ("mindful exercise")

Atualmente, todos sabemos que as principais razões que nos motivam a praticar atividade física são o culto à estética e a preocupação com a saúde. Em meio a tanto alarde e informação sobre como queimar mais gordura, como modelar mais rapidamente os músculos e como melhorar a saúde cardiovascular, acabamos nos esquecendo do prazer e bem-estar que sentíamos quando criança ao brincarmos de pega-pega e esconde-esconde. Sem precisar contar calorias, ou usar um relógio para monitorar a pulsação, ou um tênis anti-impacto. Na tentativa de resgatar a prática de atividade física como fonte de prazer e nos fazer prestar mais atenção ao que nossos corpos nos dizem, criou-se o termo "mindful exercise", isso é, exercício consciente. Um exercício consciente é aquele que:

1. É usado para energizar o corpo, e não para exauri-lo ou depletá-lo;
2. Serve para aumentar a coordenação e a conectividade entre corpo e mente;
3. Alivia o estresse mental e físico, não contribuindo para aumentá-lo;
4. Proporciona prazer, não dor, e não funciona como punição (comi demais, então...)

Se você é daqueles que precisa fazer um enorme esforço para sair de casa e ir até a academia que fica ao lado de casa, ou se entra numa aula de spinning não vendo a hora dela acabar, reavalie se você realmente gosta da atividade física na qual está se engajando. E pense nas quatro condições acima. Seu corpo irá agradecer. Você também.

sábado, 12 de junho de 2010

64% das universitárias brasileiras estão insatisfeitas com o corpo

A afirmativa do título foi um dos resultados encontrados numa pesquisa que acabou de ser publicada no Jornal Brasileiro de Psiquiatria. O estudo avaliou aproximadamente 2400 universitárias de cursos da área da saúde (exceto nutrição e medicina) das cinco regiões brasileiras, e adivinhem: as universitárias que desejavam ser menores (isto é, mais magras) eram as da região Norte! E mais: quase metade (47,8%) das estudantes com peso normal desejavam ser mais magras e acreditavam inclusive que isso era necessário para serem saudáveis. Ou seja, tanto se fala sobre o padrão de beleza, que é muito magro e rígido, mas talvez fosse interessante rever o próprio padrão de saúde que está sendo propagado pela sociedade, pela mídia e também pelos profissionais da área.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Saber que seu filho tem excesso de peso faz com que os pais encoragem a prática de dietas

Um estudo publicado na revista científica Pediatrics comparou os comportamentos de pais que sabem que seus filhos estão acima do peso (com sobrepeso ou obesidade) e daqueles que não sabem, isto é, que acreditam que o peso do seu filho está adequado. O interessante é que não houve diferença entre os grupos nos quesitos número de refeições em família (sabe-se que quanto maior, melhor), disponibilidade de frutas e verduras e também de guloseimas (refrigerantes, doces) na residência, e incentivo para que o adolescente escolhesse alimentos mais saudáveis e praticasse exercício físico. A única diferença encontrada foi: pais que entendem que seu filho tem excesso de peso tendem a encorajar com mais frequência a prática de dietas. E tem mais: não houve diferença significante entre os grupos na porcentagem dos adolescentes que permaneceram com excesso de peso ao longo dos cinco anos do estudo. Isto é: saber que o filho estava gordo fez com que os pais incentivassem mais a prática de dietas (fator de risco importante para o surgimento de transtornos alimentares, diga-se de passagem), mas não fez com que ele emagrecesse! Mais uma vez, percebe-se que boas intenções nem sempre bastam. Que tal os pais começarem a focar na saúde de seus filhos e em alguns comportamentos benéficos (realizar mais refeições em família, comprar menos refrigerante) ao invés de se preocuparem pura e simplesmente com a perda de peso?

domingo, 6 de junho de 2010

Por debaixo do véu

O que era para ser um dos dias mais felizes da vida de uma mulher acaba se tornando uma verdadeira tortura. Estudo australiano com 879 noivas entre 18 e 49 anos constatou o que muita gente já sabe: o desejo de estar mais magra no dia da cerimônia é bastante comum entre elas, principalmente entre as mais gordinhas. Em média, as participantes do estudo desejavam perder 8kg até o dia do casamento, independentemente da idade. Para isso, 80% delas planejavam se exercitar mais; 74% manifestaram a intenção de seguir um "plano alimentar saudável " (vai saber o que cada uma intende por saudável); 1,3% relataram que tomariam laxantes e uma noiva disse inclusive que pretendia fazer cirurgia bariátrica. Um outro estudo semelhante constatou que algumas noivas chegaram até mesmo a comprar um vestido um tamanho menor para se obrigarem a emagrecer! O pior é que o estímulo para perder peso pode vir da própria família ou mesmo do próprio noivo, ou seja, na minha cabeça isso soa como: "olha, nós nem nos casamos ainda, mas eu já não te aceito do jeito que você é, portanto trate de perder peso!"
Lamentável...

OBS: dedico esse post a uma grande amiga que se casará em breve e, apesar de ter um peso absolutamente adequado e um corpo de dar inveja, está fazendo dieta.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Garotas com excesso de peso fazem sexo mais cedo

E não é que um estudo americano descobriu que 11% das garotas com sobrepeso e 15% das com obesidade têm a sua primeira relação sexual antes do 13 anos, em comparação com 6% das meninas de peso normal? Da mesma forma, 39% das garotas eutróficas relataram ter tido relações sexuais com mais de três pareceiros até então, em contraposição a 45 e 47% das garotas com sobrepeso e obesidade, respectivamente.
Os autores alegam que um dos motivos da sexualidade precoce em garotas gordas seria sua baixa auto-estima (ok, como se todas tivessem baixa auto-estima por serem gordas!). Isso significa que talvez fosse mais difícil para garotas que já sofrem preconceito e bullying por causa do peso dizer "não" ao se sentirem pressionadas a fazer sexo. Na minha cabeça, outra alternativa seria a busca pela auto-afirmação. Algo do tipo: "você pensa que não sou sexy, que sou uma perdedora, é?! Então deixa eu te mostrar!"
Tenho certeza de que algumas pessoas poderiam pensar: "ah, tá vendo, mais um motivo para garotas gordas emagrecerem antes que seja tarde!"; mas quem sabe o mais sensato não seria trabalharmos a sexualidade de forma mais aberta com os adolescentes de todos os tamanhos e criarmos um ambiente livre de preconceitos contra aqueles que são diferentes? Dessa forma, é provável que uma garota com excesso de peso possa se gostar e ter autonomia sobre seu próprio corpo, sem precisar provar nada a ninguém.

domingo, 23 de maio de 2010

Desvendando a ortorexia

A ortorexia é um quadro obsessivo-compulsivo caracterizado por uma extrema preferência e seleção de alimentos saudáveis, levando à restrição alimentar e, muitas vezes, ao isolamento social. É comum pessoas ortoréxicas se identificarem com grupos alimentares expecíficos, como os vegans (vegetarianos restritos), os macrobióticos, e por aí vai. Em miúdos, fique atento se você conhece alguém que:
1. não come nada com conservantes, corantes, estabilizantes (enfim, praticamente tudo que é industrializado);
2. usa pouquíssimo açúcar e sal, e quando usa, prefere as qualidades mais "saudáveis": açúcar mascavo, sal marinho, etc;
3. escolhe tudo que seja integral;
4. é absolutamente contra os alimentos geneticamente modificados
5. preocupa-se muito com a forma de preparo dos alimentos
6. sente culpa e preocupação caso não consiga seguir os critérios interiorizados em algum momento do dia
7. acha que a "qualidade nutricional" da alimentação é mais importante do que o prazer em se alimentar
A ortorexia ainda não é considerada, ao pé da letra, um transtorno alimentar, até porque não existem critérios diagnósticos definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, criado pela Associação de Psiquiatria Americana e utilizado em todo o mundo. Entretanto, já se percebe a existência de casos reais na prática clínica e o tratamento é semelhante ao de um transtorno alimentar: deve ser multiprofissional, com nutricionista, psiquiatra e psicólogo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Alergia, intolerância ou nóia?

Antes de sair por aí se auto-medicando e tirando da alimentação o amendoim, o leite, o ovo, o camarão, e muitos outros alimentos, sob a justificativa de alergia alimentar, saiba que as reações indesejadas à comida são menos comuns do que se pensa. E, quando existem, podem não se tratar de alergia, e sim de intolerância. Em ambos os casos, a avaliação médica e nutricional, inclusive por meio de exames, é fundamental.
Em primeiro lugar, precisamos diferenciar os dois termos. Alergia é uma reação imunológica que pode se manifestar na pele (coceira, vermelhidão), no sistema respiratório (o conhecido edema de glote, ou mesmo crises de asma) e no sistema gastrintestinal (diarréia, dor abdominal, gases). Já a intolerância, menos problemática, causa somente os problemas digestivos citados, podendo ser uma condição passageira.
Em segundo lugar, descobrir e confirmar uma determinada alergia exige procedimentos específicos, como exame de sangue, teste da substância suspeita diretamente na pele e por fim a retirada do alimento em questão da alimentação da pessoa, para acompanhar sua evolução.
E por que as pessoas desenvolvem alergias e intolerâncias? Não se sabe ao certo, mas alguns fatores contribuem: genéticos, uso de medicamentos, doenças intestinais (como a doença celíaca, que eu abordei em outro post, em que a pessoa têm alergia a uma proteína dos cereais chamada glúten) e até mesmo introdução precoce do leite de vaca na alimentação de uma criança, em substituição ao tão querido e saudável leite materno.
O que eu realmente quero dizer é: façam o favor de não aderir a mais um modismo/nóia alimentar, de parar de consumir alguns alimentos por conta de seu "potencial alergênico". E se sentir alguma coisa, não tome um anti-alérgico ou qualquer outro remédio, procure um especialista.
Fica a dica!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Crianças gordas sofrem mais bullying

Um estudo divulgado no New York Times (http://www.nytimes.com/2010/05/11/health/research/11child.html?nl=health&emc=healthupdateema5) descobriu que crianças obesas e com sobrepeso têm mais chance - 60% e 13%, respectivamente - de sofrer bullying, isto é, aquilo que nos conhecemos por provocação, boicote. E tem mais: não importa se a criança é negra ou branca, se ela é pobre ou rica, ou mesmo se ela possui habilidades sociais ou vai bem na escola. Se ela é gorda, é mais provável que seja provocada e rejeitada. Atenção: um simples apelido, por mais inocente que possa parecer, pode se tornar um gatilho para que a criança desenvolva atitudes alimentares inadequadas e adote medidas não saudáveis para controle de peso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Feliz Dia Internacional Sem Dieta!

Isso mesmo pessoal! Hoje, dia 06/05, foi comemorado o "International No Diet Day", isto é, o "Dia Internacional Sem Dieta", data que é celebrada desde 1993 em vários países do mundo. Meu intuito era ter escrito mais cedo, para que vocês pudessem aproveitar hoje mesmo as dicas que eu vou dar logo a seguir. Mas não tem problema, aproveitem durante o fim de semana, quem sabe durante a semana que vem, quem sabe para sempre! ;O)
1. Para de se pesar com frequência: quanto mais a gente se pesa, mais neurótico a gente fica com aquele número na balança. Sabe-se que o peso corporal chega a variar até 2kg por semana em algumas pessoas, dependendo da retenção de líquidos, do período menstrual (nas mulheres, claro!) e até mesmo se a pessoa foi ou não ao banheiro... E, em algumas pessoas, ver um número "indesejável" na balança pode despertar a sensação de fracasso, o que por sua vez pode fazer com que ela coma mais ("não emagreci mesmo, então...!").
2. Não faça dieta! Experimente prestar atenção nos seus sinais internos de fome e saciedade. Coma quando sentir fome e pare de comer quando estiver satisfeito (e isso não significa estar estufado!). No começo pode ser difícil identificar essas sensações, afinal, muitas vezes comemos automaticamente, sem nos dar conta do ato alimentar em si.
3. Mais prazer, menos culpa: não sinta culpa ao comer algo que você considere delicioso, permita-se! Aproveite e sinta prazer ao comer, para que o momento valha a pena!
Gostaram?! Deixem comentários sobre a experiência de vocês com essas três dicas! E podem deixar sugestões também!
Beijos!

PS: tem um cartão postal, muito lindo por sinal, que foi feito especialmente para esta data com os dizeres (em inglês): "Imagine se nós fossemos diferentes tipos de flores. Uma violeta não pode se tornar um dente-de-leão e um dente-de-leão não pode se tornar uma tulipa. Floresça na sua própria essência." Quem quiser o cartão em PDF pode me pedir que eu envio por email!
PS2: leiam a reportagem no "The Record" sobre a comemoração: http://news.therecord.com/news/article/707118

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Crianças comem mais quando estão entre amigos (e mulheres comem menos quando estão com homens!)

Não aguentei e resolvi escrever rapidinho sobre outra reportagem da Time (http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,1919885,00.html): resultados de um estudo americano de 2009 revelam que a criança tende a comer mais quando está com um amigo do que quando está com outra criança que não conhece, especialmente se ambos estiverem acima do peso. Justificativas da autora (rufem os tambores!):
1. Obesidade é contagiosa (!)
2. Comer com uma pessoa acima do peso automaticamente faz com que você passe a "tolerar" mais a obesidade (sim, claro, porque a obesidade é intolerável nesse mundo regido por um padrão rígido e inatingível de magreza)
Eu tenho uma justificativa melhor: será que os gordinhos não comem mais com amigos gordinhos porque dessa forma não sofrerão discriminação por comerem isso ou aquilo?
A Time também fala de outro estudo que mostrou que mulheres tendem a comer menos quando estão em companhia de homens, mas o inverso não ocorre. Claro, a comida é tão moralizada atualmente que é esperado pela sociedade que uma mulher coma menos, onde já se viu comer mais?!
Atenção: fazer dieta e se preocupar excessivamente com comida e peso são os maiores sedativos políticos da mulher! Por isso que eu digo: amigas, não se envergonhem de pedir aquele hamburguer de picanha com muita maionese quando forem à lanchonete com alguém! Será um super diferencial!

Pais perdem a guarda de filhos obesos mórbidos

Uma reportagem publicada no site da Time (http://www.time.com/time/health/article/0,8599,1930772,00.html) desperta a polêmica: será que os pais de crianças com obesidade mórbida deveriam perder a guarda dos filhos?
Alguns profissionais, que acreditam que a obesidade é culpa de pais desnaturados que dão muita comida às crianças, votam no "sim"; porém, alguns profissionais mais sensatos que entendem que a questão da obesidade vai muito além do ambiente familiar, votam no "não". Afinal, existem muitos fatores a serem considerados: será que a criança não tem um problema metabólico? Será que ela não está tendo compulsão escondida? Será que as propagandas de televisão não estão incentivando o consumo excessivo de alimentos 24 horas por dia? Uma das mães que perdeu seu filho, por exemplo, desconfiava que ele tivesse algum problema endócrino, mas não tinha recursos para levá-lo em consultas médicas, o sistema público de saúde não quis atendê-lo...
Só me restam duas questões:
1. se o problema for mesmo excesso de comida, será que tirar a criança da mãe não vai gerar um estresse emocional maior, levando-a a comer mais?
2. será que as próximas crianças a serem tiradas de suas mães serão as adolescentes quase baixo-peso que querem ser iguais às modelos das revistas?

domingo, 2 de maio de 2010

Um desabafo: não espere a vida acontecer, viva o agora!

Meu objetivo hoje era postar sobre um caso na Europa em que pais perderam a guarda do filho por ele ser obeso mórbido, e teoricamente alguém resolveu acusar os pais de "maus-tratos"... Entretanto, mais tarde vou à missa com um amigo meu que estuda Direito na São Francisco e ele vai me dizer o que acha dessa história toda, se isso é válido perante a lei ou não, essas coisas... Vou esperar até amanhã então para deixar o post mais completo para vocês...
Resolvi aproveitar o espaço para um breve desabafo, baseado em alguns cometários que rolaram hoje num almoço em família... Não aguento mais ouvir pessoas que vão "esperar emagrecer dois quilinhos" para comprar uma roupa que querem, ou para experimentar aquele biquini novo na piscina do prédio... Talvez seja tarde demais, sabia?! Ou talvez você não chegue a emagrecer os fatídicos dois quilinhos, ou talvez você emagreça e ainda assim não fique satisfeito... Ou talvez a roupa que você queria saia de moda, e o inverno chegue e você não consiga aproveitar a piscina do seu prédio...
VIVA SUA VIDA AGORA, NÃO IMPORTA O PESO QUE VOCÊ TENHA!!! Se você realmente tentar, é bem capaz que perceba que seu peso não te impede de nada, e que você pode ser feliz junto com seus dois quilinhos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dieta "louca": fazer jejum todo dia; dieta "aceitável": fazer jejum dia sim dia não!

Incrível como a "ciência" não para de me surpreender...! A gente já sabe que existem dietas loucas nas revistas e em alguns livros duvidosos, agora, numa publicação científica...!
Pesquisadores americanos fizeram o seguinte: colocaram 20 obesos (ainda bem que eram poucos!) para fazer durante 8 semanas o que se chama de "alternate day fasting", isto é, "dia alternado de jejum". Ou seja, num dia a pessoa come somente 25% das calorias diárias (até para as nutricionistas mais radicais e pró-dieta isso soa assustador!) e no outro pode se matar de comer... Ah, mas claro! Não bastava só isso! Através de orientação nutricional semanal, foi sugerido aos indivíduos que, nesse dia do "vale-tudo", consumissem ALIMENTOS SAUDÁVEIS!! Rá! Acho que o momento é propício para algumas considerações:
1. Apesar dos resultados favoráveis obtidos pelo estudo (perda de peso, diminuição de gordura corporal e afins), há de se considerar que a amostra - isto é, o número de indivíduos que participaram do estudo - foi muito pequena, o que inviabiliza generalizar os resultados... Portanto, não sigam esse exemplo!!!
2. Ok, durante 12 semanas eles perderam peso... E quem garante que eles mantiveram esse peso depois?! Será mesmo que eles vão continuar para o resto da vida fazendo jejum dia sim dia não?! "Poxa, o dia de jejum caiu bem no Natal... Ok, deixa para lá, vou pular o jejum de hoje e compenso com jejum duplo amanhã e depois!"
3. Não consigo entender qual a ética num estudo que incentiva a compulsão e a adoção de um estilo de vida completamente inadequado e danoso à saúde física e mental...
Desculpem o tom irônico do post, é que tem tanta coisa absurda nisso tudo que eu não consegui deixar passar... Aguardo os comentários de vocês!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Paciente morre três dias após realizar cirurgia bariátrica

Segundo site do "Los Angeles Times" (http://www.latimes.com/business/la-fi-hiltzik18-2010apr18,0,4485135.column), um paciente obeso de 35 anos faleceu três dias após a realização de uma cirurgia para colocação de banda gástrica, aquele anel que envolve a parte superior do estômago e cujo objetivo é reduzir o apetite. O que motivou a realização da cirurgia foi um outdoor muito comum no sul da Califórnia, segundo o jornal, de uma clínica particular de um grupo de cirurgiões denominados "Top Surgeons", ironicamente traduzido como "Cirurgiões Superiores". Entretanto, eis a causa da morte: peritonite (inflamação no peritônio, que é um tecido que reveste a parede abdominal) devido à cirurgia de obesidade. Era de se esperar que os tais cirurgiões fossem bons, afinal, com esse nome e uma clínica em Beverly Hills... Antes gordo e vivo, creio eu.
Amanhã tem mais! ;O)

domingo, 11 de abril de 2010

Minhas impressões sobre a peça "Gorda"

Ontem fui assistir à peça "Gorda", em cartaz no Procópio Ferreira, já havia comentado sobre ela aqui. Gostei bastante dos atores - especialmente do casal principal - e do enredo, que basicamente mostra o preconceito que Helena, a protagonista (Fabiana Karla, do "Zorra Total"), sofre por parte dos "amigos" de seu novo namorado (Tony, interpretado por Michel Berkovitch) por ser gorda. Para não cair na tentação de contar o final da história - o mocinho fica ou não com ela?! -, limito-me a dizer: como é difícil manter nossas convicções num mundo em que estamos tão deseperadamente ansiosos para sermos aceitos! Enfim, mas duas coisas em especial me chamaram a atenção na peça:
1. foi super interessante perceber algo que a ciência e a prática clínica já comprovam: as razões pelas quais os "amigos" de Tony (Caco e Joana) zombavam da protagonista tinham a ver com suas prórpias experiências negativas em relação à obesidade, não tinham nada a ver com o simples fato dela ser gorda! Ou seja, o problema estava neles, e não nela! Exemplificando: Caco criticou seu amigo por estar saindo com Helena por conta de sua própria mãe ter sido gorda a vida toda, e ele sentir vergonha dela; Joana usou dos mais variados insultos para se referir à protagonista porque Tony era seu ex-namorado e a havia trocado por outra mulher.
2. me incomodou um pouco ver a reação das pessoas diante das piadas e expressões horrendas usadas para se referir à protagonista ao longo da peça: gargalhadas escancaradas e nervosas. Claro, é mais fácil rir ao ver seus próprios preconceitos claramente retratados do que admitir a si mesmo que a conduta está claramente inadequada. Quantas vezes, para esconder o nervosismo, não rimos como se tudo estivesse bem? Duvido que se a peça retratasse o preconceito contra um negro, por exemplo - algo que já é assumidamente condenado pela sociedade -, a platéia riria tanto quanto riu ontem à noite; acho que, ao contrário, eles se sentiriam perplexos e sem graça.
Sugiro a todos que assistam ao espetáculo e depois me contem aqui suas próprias impressões!

terça-feira, 6 de abril de 2010

O "paradoxo francês"

Muitas pessoas se questionam a respeito do chamado "paradoxo francês", isto é, os baixos índices de doença cardiovascular na França apesar da culinária do país usar e abusar de manteiga, cremes e outras gorduras saturadas, ruins para a saúde se consumidas em excesso. Seguindo a tendência de atribuir poderes fantásticos a determinados alimentos, muitos estudiosos dizem que este paradoxo é resultado do consumo diário de vinho tinto pelos franceses, bebida que possui várias substâncias capazes de proteger a saúde do coração. Será que é só isso mesmo? Será que não existem outros fatores no ESTILO DE VIDA - sim, isso é tão importante e muita gente não dá valor! - da população francesa capazes de protegê-la dessas doenças? Quem pesquisa mais a fundo e quem já morou na França - é o caso de uma amiga nutricionista e gastrônoma - sabe que os franceses, ao contrário dos americanos (um dos países com maiores índices de doenças cardiovasculares do mundo), prezam três coisas: moderação, isto é, porções menores de comida em cada refeição; qualidade, isto é, uso de ingredientes frescos e naturais no preparo da comida; e ênfase na experiência alimentar, isto é, refeições mais demoradas e tranquilas, valorizando a culinária e o preparo da própria refeição. Como se não bastasse, os franceses em seu cotidiano realizam mais atividade física, caminham mais, andam de bicicleta para ir ao trabalho...
É, os americanos tem muito o que aprender com os franceses...!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Como apreciar um chocolate

Olá pessoal!
Aproveitando o clima de Páscoa, deixo aqui o passo a passo para realizar uma degustação completa de um chocolate (por Maitê Lang, chocolatière). Experimentem, vocês não vão se arrpender, e vão começar a comer chocolate de uma nova maneira, saboreando profundamente! E lembrem-se, se ganharem muitos ovos, dividam com a família/amigos para não exagerarem!!! (se bem que, degustando dessa forma, vocês vão perceber que um pedaço já basta para saciar a vontade!)

Primeiro prepare o paladar, bebendo só água antes e durante a degustação.

ASPECTO: retire o chocolate da embalagem e observe sua aparência. Repare se a cor está homogênea, a textura lisa e com brilho. Um chocolate rajado ou com veios mais claros está destemperado. A manteiga de cacau, muito sensível á mudança de temperatura, quando em locais quentes, se separa dos ingredientes. Esse chocolate não faz mal á saúde nem tem gosto ruim, mas perde a textura.

SNAP: Entre os chocolatiers, a maneira como o chocolate se parte é chamada snap. Um bom chocolate deve produzir um som seco e quebrar de forma limpa, sem esfarelar. Uma textura granulosa ou arenosa na quebra revela ingredientes ruins ou conservação inadequada.

AROMAS: Aproxime o chocolate do nariz e inale profundamente. Bons chocolates têm aromas naturais, vindos do cacau, do leite ou da baunilha.

ÊXTASE: Coloque o pedaço de chocolate na boca, deixe derreter e espalhe-o contra o céu da boca. Deixe que sabores e perfumes subam para a região olfativa. Encha as bochechas de ar e deixe-o sair pelo nariz numa lufada só. Seus sensores olfativos serão inundados com todos os aromas do chocolate. Acompanhe como os aromas e os sabores se desenvolvem durante a degustação, desde que o chocolate começa a derreter até o aftertaste – o gosto que deixa na boca.

É isso aí! Não se esqueçam de deixar comentários a respeito da experiência de vocês!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Determinantes sociais de doença: diabetes tipo 2

Para vocês verem como as doenças não são somente questão de saúde, mas também questão social...
Um estudo canadense avaliou a influência de fatores socioeconômicos - os chamados "determinantes sociais de doença" - na incidência e controle do diabetes tipo 2.
O trabalho revelou que o risco de adquirir essa doença é maior em homens e mulheres de baixa renda, mesmo levando em conta o peso e a atividade física dos indivíduos.
Foram avaliadas também as barreiras efetivas para um bom tratamento e controle do diabetes, e o estudo encontrou que a renda insuficiente e a insegurança alimentar inerferem negativamente nesses parâmetros. Os pacientes pobres relataram que, muitas vezes, enfrentam um conflito de prioridades: "compro comida adequada, pago o aluguel ou compro os medicamentos/insulina?". Além disso, disseram enfrentar batalhas diárias para superar os diversos empecilhos de uma vida economicamente limitada.
Por isso, não basta só os profissionais de saúde adaptarem seus conhecimentos à realidade social do paciente - o que já é difícil -, mas eles também devem, na medida do possível, lutar e se engajar politicamente pela redução da pobreza, encontrando alternativas diversas para ajudar seu paciente de uma forma completa, holística.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dieta sem glúten diminui bactérias benéficas no intestino

Ainda na onda dos modismos alimentares, não é incomum encontrarmos pessoas que estão se convertendo à dieta sem glúten, que é uma proteína encontrada no trigo, na aveia, na cevada, no malte e no centeio. Ou porque ouviram dizer que emagrece, ou porque acham que faz mal, ou porque o endócriono/nutrólogo/gastroenterologista/nutricionista (isso para mim é o pior!) recomendaram... A questão é que fiz uma busca científica exaustiva e não encontrei nenhum estudo trazendo possíveis benefícios à saúde de uma dieta sem glúten, quando consumida por pessoas saudáveis... Pelo contrário! Um estudo espanhol com 10 adultos que passaram a consumir uma dieta isenta de glúten durante um mês encontrou uma diminuição nas bactérias benéficas que habitam o intestino (gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus, aquele do Yakult). Essas bactérias aumentam nossa imunidade, regulam o trânsito intestinal e a absorção de nutrientes, dentre outras funções muito importantes...
Então, se alguém vier me perguntar sobre dieta sem glúten, vou responder: só se você tiver doença celíaca.

sexta-feira, 12 de março de 2010

"Gorda" estréia em São Paulo

E olha eu aqui, bem antes do que eu esperava! Recebi um tweet do Guia da Folha online e não resisti...!
Uma peça que eu queria muito ter visto na minha ida ao Rio, em janiero, estréia hoje aqui em São Paulo... "Gorda", estrelada por Fabiana Karla (ex-Dona Lorca do programa Zorra Total), é um humor ácido que retrata o preconceito contra gordos no ambiente de trabalho e na vida pessoal... E digamos que esse preconceito não atinge somente o alvo ao qual se destina, mas também as pessoas próximas dele... Assim como a personagem, Fabiana diz ser muito bem resolvida, desde a infância, mas não nega que foi difícil se acostumar a ser chamada de "porca gorda" (calma, é o texto!) durante os ensaios...
Eu com certeza vou assistir essa peça e será um prazer se alguém quiser me acompanhar!

Paciente não realiza exame por causa do peso

Hoje o post é curto, mas é só para comepensar minha ausência até quarta que vem, quando postarei sobre glúten... É, a vida tá uma correria só! ;O)
Segundo publicado no dia 11/03/2010 na Folha de São Paulo, uma operadora de telemarketing foi impedida de fazer uma tomografia num hospital estadual por conta de seu peso, já que ela pesa 135 kg e a máquina só suporta 120 kg. Segundo a mulher, o problema foi o constrangimento na hora do exame e o fato da UBS que frequenta não a ter encaminhado a um hospital que tivesse um aparelho que comportasse um peso maior. Além disso, parece que foi preciso ela publicar o caso na internet para a Secretaria de Saúde entrar em contato e remarcar o procedimento, pois caso isso não ocorresse, adivinhem: ela ficaria sem fazer o exame! Será que então pelo fato da pessoa ser obesa vamos limitar seu acesso à saúde?! Fica a fica: pensem nisso.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ração humana

Nutrição é que nem moda: você precisa estar por dentro das tendências atuais. E a bola da vez agora é a tal da "ração humana", que nada mais é do que um mix de vários ingredientes (farelo de aveia, açúcar mascavo, gérmen de trigo, farinha de arroz integral, linhaça, gergelim com casca, agar-agar, aveia em flocos, levedo de cerveja, fubá de milho branco, fibra de trigo, guaraná em pó, farinha de soja desengordurada, quinua e cacau) que fornecem fibras, vitaminas e sais minerais. Até aí bacana, não tenho nada contra essa gororoba (sim, claro, porque eu poderia muito bem consumir os ingredientes separadamente), a não ser o nome. RAÇÃO HUMANA. Eu não sou cachorro, oras! Teria até vergonha de numa rodinha de amigos comentar que estou ingerindo ração humana, mesmo estando na moda. E tem outro detalhe: adoro comer no café da manhã uma banana amassada com aveia, sei que faz bem e o gosto é bom. Gostaria de saber de quem já provou a tal da ração se o sabor dessa mistureba é no mínimo agradável...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Coisas que só um IPhone pode fazer por você!

E cá estou, conforme o prometido, para falar um pouco sobre os aplicativos do IPhone a respeito de comida e alimentação... Confesso que fiquei espantada, existem centenas deles! Alguns até interessantes, como guias de restaurantes e bares, livros de receitas, identificador de comidas (por exemplo, você não sabe o que é creme bruleé, seu Iphone te diz, conta a história do prato, etc), combinador de vinhos... Já os demais são um tanto quanto peculiares... Existem os que se intitulam "food and calorie trackers", especialmente desenvolvidos para os neuróticos de plantão: eles contam as calorias do que você comeu o dia todo, bem como os outros nutrientes (fibras, carboidratos, gorduras, proteínas...), além de informar quais atividades físicas gastam mais energia... Tem um que é até mais específico, o "fast food calorie counter", que contém as calorias de todas as preparações servidas nas grandes redes americanas de fast food! O melhor é a descrição de um deles, algo que pode ser traduzido como: "O calorie tracker é um nutricionista e planejador de dietas ao alcance de seus dedos"! Alguns outros do grupo dos bizarros incluem o guia de aditivos(consulte o nome de qualquer aditivo que esteja no rótulo de um alimento e veja se ele é proibido em outros países, se faz mal à saúde de acordo com alguns estudos) e o guia de vitaminas e minerais, que apresenta a função e os benefícios de cada um...
Sinto que vou dar bastanter risada com esse IPhone!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Depoimento da top model Coco Rocha

Gente, aqui está o depoimento fantástico da top model canadense Coco Rocha, q no auge de sua carreira expressa seu total desacordo com o padrão de beleza atual:


"Tem havido uma certa comoção em relação aos artigos que saíram sobre mim no 'The New York Times' e no 'New York Daily News'. Como apenas algumas declarações minhas foram publicadas, acho necessário que eu expresse o meu ponto de vista corretamente, sem edições externas. Sou uma modelo de 21 anos, 15 cm mais alta e dez manequins menor do que a mulher comum americana. Mesmo assim, em algum universo paralelo, sou considerada 'gorda'… Este foi o tema de uma grande discussão esta semana e a notícia que saiu por aí foi: 'Coco Rocha é muito gorda para as passarelas'. Seria este o caso? Não. Ainda trabalho e sou requisitada como modelo. Na realidade, eu me vejo mais ocupada do que nunca. Nos últimos anos, eu não ganhei uma grande quantidade de peso, apenas dois centímetros aqui e ali, como aconteceria com qualquer mulher que sai da adolescência. as este assunto do peso das modelos é, e sempre foi, uma preocupação minha. Há algumas decisões morais que parecem muito simples para nós. Por exemplo, não explorar o trabalho infantil e não aumentar o fator de dependência nos cigarros. Quando estilistas, stylists ou agentes forçam crianças a tomarem medidas que levam à anorexia ou a outro problema de saúde para que continuem na profissão, eles estão pedindo para que o público ignore a sua consciência moral a favor da arte. Claramente, todos nós vemos quão moralmente errado é um adulto convencer uma menina de 15 anos já magra de que ela, na verdade, está gorda demais. É indesculpável que um adulto exija que uma menina perca, de maneira não natural, um peso vital para que seu corpo continue funcionando corretamente. Como pode qualquer pessoa justificar uma estética que reduz uma mulher ou criança a uma magreza esquelética? Isso é arte? É claro que a estética da moda deve embelezar a forma humana, não destruí-la. Há divergências na indústria a respeito disso. Apesar de haver aqueles que não levam em consideração o bem-estar da modelo, eu tive a honra e o privilégio de trabalhar com alguns dos melhores estilistas, editores, stylists, fotógrafos e agentes, que respeitam da mesma maneira tanto as modelos novas quanto as consagradas. Sei que há muitos outros por aí, com quem eu não trabalhei, que também concordam comigo neste assunto. O CFDA (Conselho dos Estilistas da América) tem tentando ao máximo corrigir esta questão. Alguns dias atrás, em sua reunião anual, viram todos que estavam na sala em acordo a favor da mudança do 'sample size' (o tamanho das peças dos desfiles e mostruários) e da contratação de modelos apenas acima dos 16 anos. É ótimo ver quantos corações estão no lugar certo, porque nós temos de fazer estas mudanças para a próxima geração de meninas. Como uma mulher adulta, eu posso tomar decisões por mim mesma. Posso decidir que não vou permitir que eu seja degradada em um casting – marchar de calcinha e sutiã com um grupo de jovens garotas, ser apalpada, espetada e cutucada como gado. Eu consegui escapar desse tratamento, porque já tenho uma carreira consolidada como modelo e sou adulta... mas e as meninas novas e aspirantes a modelo? Nós precisamos de mudanças. Eu ia preferir que não houvesse meninas trabalhando com menos de 16 anos, mas, se este for o caso, adoraria ver as adolescentes sendo acompanhadas por seu tutor aos castings, desfiles e sessões de fotos. O CFDA criou um código para seus membros, e eu adoraria ver toda a indústria seguindo-o. A sociedade legisla um monte de coisas – a proibição do uso de esteróides nos esportes é um exemplo –, é apenas lógico que haja regras de conduta para manter a indústria da moda saudável. No passado, modelos se pronunciaram sobre o assunto, e foram acusadas de apenas falar algo porque suas carreiras estavam à beira da extinção. Este não é o meu caso. Falei sobre isso pela primeira vez há uns dois anos, no auge do que uma modelo consideraria a carreira ideal, e de fato houve uma reação – aqueles que mais desrespeitavam o assunto, de repente, chamaram-me para trabalhar para eles! Isso foi uma tática de relações públicas e eu não estava pronta para cair nela. Disse: 'Não, vamos ver daqui algumas temporadas. Se mudarem, aí trabalharei com vocês'. Eles não mudaram. Eu não trabalhei para eles. Da minha geração de modelos, estou exatamente onde preciso estar na minha carreira e agradeço por poder usar a minha posição para me expressar ativamente contra isso, com o apoio do CFDA e da 'Vogue'. A minha esperança sincera é de que, por meio dos nossos esforços, as jovens modelos um dia serão poupadas da humilhação, da perigosa perda de peso, da depressão que vem com a anorexia e da miséria do abandono de uma indústria envergonhada de vê-las transformadas em mulheres de verdade. Há os padrões normais em como tratamos uns aos outros e como tratamos crianças. Há aqueles que continuam a atropelar estes valores, mas há também os defensores de um caminho melhor. Espero que os esforços contínuos do CFDA e de todos que respeitam estes valores irão influenciar a opinião dos que estão no lado contrário da indústria, para assegurar uma mudança verdadeira para o melhor.


Aguardem o próximo post sobre os aplicativos do IPhone a respeito de comida!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cirurgia bariátrica em crianças e adolescentes

Mais uma notícia positiva para os "cirurgiões da obesidade" e negativa para as pessoas de bom-senso: segundo reportagem publicada no "The NY Times" (http://www.nytimes.com/2010/02/16/health/16teen.html?ref=science), cada vez mais crianças e adolescentes estão fazendo cirurgia bariátrica nos EUA - e não vai demorar muito para essa moda chegar no Brasil. Apesar da perda de peso considerável no primeiro ano pós-cirurgia, ao final do segundo ano o IMC dos jovens parece se estabilizar, e não existem estudos que acompanharam esses indivíduos a longo prazo, ou seja, por um período superior a dois anos após a operação. Além disso, um estudo que acompanhou um grupo de jovens que fez a cirurgia e outro que passou por um programa intensivo de mudanças no estilo de vida encontrou que, apesar do primeiro grupo ter perdido mais peso ao final de dois anos, o segundo também apresentou melhoras consideráveis em pressão arterial, resistência à insulina, entre outros parâmetros. Ou seja: os sortudos que não passaram pela cirurgia talvez não tenham melhorado tanto quanto o que os profissionais gostariam, mas pelo menos não precisaram mudar radicalmente seu sistema digestório para o resto da vida! E aí eu me pergunto: será que as crianças e adolescentes têm um completo entendimento das alterações que vão ocorrer em seu organismo dali em diante? Se para um adulto já é difícil aguentar o pós-operatório e se comprometer com as mudanças no estilo de vida que a cirurgia demanda, que dirá para um jovem...
Terminando com uma "pérola de sabedoria", aqui está o depoimento de um importante médico que, por sinal, ganha bastante dinheiro com as cirurgias da obesidade: ao ser questionado sobre a gastrectomia vertical, procedimento que consiste na remoção de cerca de 80% do estômago, ele disse: "É uma cirurgia belíssima".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A ignorância está no ar...


Uma das regras de ouro do bom empreendedor é saber adaptar sua empresa às mudanças que ocorrem a cada dia no mundo... Acho que o presidente da Southwest Airlines esqueceu de estudar esse capítulo, pois apesar do grande número de pessoas com sobrepeso e obesidade atualmente, as poltronas de sua companhia parecem estar pequenas demais... Por essa razão, o ator Kevin Smith foi expulso de um dos vôos da companhia porque havia comprado somente uma passagem (sim, ele é obrigado a comprar duas se quiser viajar com conforto) e, dessa forma, poderia prejudicar "a segurança e o bem-estar dos demais passageiros"... Não só fico indignada pelo fato dele ter que pagar mais por estar gordo mas fico horrorizada pela humilhação pública que ele deve ter passado ao ter que se retirar da aeronave... Se fosse eu, com certeza processava...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Um desabafo

Muitas pessoas que leram o post sobre o preconceito contra os mais gordos no sistema de saúde ficaram um pouco assustadas, vieram me dizer que não sabiam que isso existia, achavam que justamente por serem mais gordas, essas pessoas mereciam uma atenção maior de seus médicos, nutricionistas e afins... Pois é, eu concordo... Mas na verdade, algumas dessas mesmas pessoas que vieram me dar essa devolutiva têm o preconceito tão arraigado em si próprias que nem se dão conta... Por exemplo: para os que não sabem, criei uma conta no twitter para divulgar o blog (http://www.twitter.com/carol_pcosta, sigam-me!) e não me canso de ler cometários do tipo: "nossa, fui no rodízio de sushi, comi muito, que gordona!" ou "comi muito bolo de brigadeiro na casa da minha avó, sou mesmo uma gordinha safada!". Ou seja: como se só os gordos fossem no rodízio ou comessem um pouco a mais do bolo delicioso da vovó! É como se a pessoa, escrevendo isso publicamente, estivesse se punindo por ter cometido "tamanho pecado"... Nas entrelinhas, a mensagem que eu enxergo é: "escutem, eu sei que fiz errado, afinal só gordos fazem isso"! Como meu pai sabiamente diz, às vezes temos que prestar atenção aos detalhes, eles fazem toda a diferença...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mulheres obesas, melhor nem engravidar...

O Instituto de Medicina americano lançou novas diretrizes limitando o ganho de peso durante a gestação para mulheres obesas. Apesar de eu não engolir muito bem essa história de ganho de peso padrão para todas as gestantes, e preferir o acompanhamento individual de cada uma através das curvas que nos foram apresentadas na faculdade de Nutrição, tenho que dizer que, muitas vezes, as mulheres acabam ganhando peso demais nesse período, provavelmente porque acreditam no mito de que a mulher grávida "tem que comer por dois". Mas aqui está o fato que me deixou verdadeiramente alarmada: o governo americano está financiando um estudo de 2,2 milhões de dólares (Healthy Moms Study) para investigar os benefícios - ou malefícios, a meu ver - caso a gestante obesa não ganhe NADA de peso durante a gestação. Ou seja, uma dietinha básica para dois. Aparentemente, a mulher terá que negar todas as alterações no comportamento alimentar que ocorrem nesse período mágico chamado gestação. Nada de "desejos" por bombas de chocolate ou tortas de creme. O que mais me incomoda é o seguinte: se a mulher obesa tem que manter o número estável na balança, onde se encaixa na equação o peso da placenta, do tecido mamário (que tem que se preparar para a amamentação), do volume sanguíneo aumentado e do prórpio bebê?! Vamos deixar para os pesquisadores responderem essa...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Velhinhos com sobrepeso vivem mais!

As curvas de IMC (como já foi dito, IMC é o peso dividido pela altura ao quadrado), que definem se o indivíduo tem um peso "normal" ou se está sobrepeso ou obeso, vem sendo criticadas por diversos estudos atuais, pois talvez a faixa definida como "normal" - IMC entre 18,50 kg/m2 e 24,99 kg/m2 - não seja de fato a mais saudável. Um estudo fresquinho da American Geriatric Society, que avaliou mais de 9200 idosos entre 70 e 75 anos por um período de dez anos, revelou que o risco de morte era 13% MENOR nos homens e mulheres que apresentavam sobrepeso... Da mesma forma, o risco era maior naqueles indivíduos que eram sedentários...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Para quem achou que eu estava mentindo...!


Aqui está um flyer que o programa "None for Me!", incentivando a abstinência nas escolas, entregava às crianças...

Como desenvolver um transtorno alimentar em crianças?!

Fácil! Ensine-as a praticar a abstinência no horário do almoço, conforme a sugestão de algumas escolas americanas... É isso mesmo! Com nomes tão absurdos como "None for Me!" ("Nada para mim!"), alguns programas governamentais americanos defendem que as crianças não devem se alimentar no horário do almoço a fim de previnir/conter a "epidemia" da obesidade... Afinal, os fins justificam os meios, não?! O que me deixa menos chateada é que os "profissionais" por trás dessa idéia absurda perceberam que a estratégia é ineficaz (não, jura?!) e que programas de educação nutricional menos "ortodoxos" podem trazer um benefício maior às crianças... Agora, que é espantoso é: como os pais sequer permitiram a submissão dos filhos a uma experiência tão tenebrosa?!

domingo, 24 de janeiro de 2010

"Dance your ass off"

Não fosse o nome e seu principal objetivo, eu até daria um jeito de assistir a um programa que está fazendo certo sucesso nos EUA: "Dance your ass off", mistura de "Dancing with the stars" (oba!) com "The biggest loser"(eca!). Basicamente, o programa recruta indivíduos gordos e os coloca para dançar com bailarinos profissionais, dos mais variados estilos... Com um detalhe: quem perder menos peso na semana, vai embora. Ou seja, o programa está tentando provar (ao contrário de todas as evidências) que só é capaz de dançar aquele que emagrecer. O fato é que, como dançarina, tenho que dizer que a dança é uma das melhores atividades físicas para mover o corpo, descobrir e ampliar seus limites, esquecer os problemas da vida e libertar a alma... E o melhor, você não precisa ser magro para isso! Mas tem um detalhe: você terá que encontrar uma academia ou estúdio de dança que te permita ser quem você de fato é, e que te ensine a dançar simplesmente pelo gosto em passar a arte adiante... Caso contrário, se sentirá frustrado e fadado a não experimentar o prazer que a dança pode te proporcionar... E depois ainda dizem: "nossa, ele é gordo, por que não faz atividade física"?! Pense bem e no fundo você saberá o porquê...
Enfim, frente a isso, tenho duas sugestões:
1. Assista ao link que separei do Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=UXkEhWMN9M0) que mostra um dos episódios do programa, prestem atenção à moça negra dançando, eu achei sensacional! Graça, atitude E destreza técnica, inclusive...
2. Experimente dançar! Quem quiser provar na pele que qualquer um pode dançar e conhecer um espaço nos moldes que eu descrevi acima, pode conferir o site do lugar onde eu faço aulas (www.casadadanca.com.br)

Mais uma bobagem diretamente dos EUA...

Mais uma situação ligando gordura e competência profissional: a Universidade de Lincoln, nos EUA, decidiu que, aparentemente alunos gordos (com IMC igual ou superior a 30 kg/m2) não são dignos o suficiente para se formarem, apesar de terem completado todos os requisitos exigidos por seus cursos. A não ser, é claro, que tenham a "dignidade" de emagrecer uns bons quilinhos a fim de caberem com classe numa beca... Seria essa medida terrorista um "incentivo a uma vida mais saudável" ou uma completa ignorância do direito que cada um tem de manter seu corpo da forma como bem entender?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Até tu, Brutus?!

Pode parecer incrível, mas até os estilistas do Fashon Rio e da SPFW reclamaram abertamente da magreza absurda das modelos que desfilaram nos eventos. Reinaldo Lourenço, grande nome da moda no Brasil, disse que teve trabalho para acertar as roupas no corpo das moças, pois acabaram ficando "largas" demais... Algumas modelos (cá entre nós, usar esse termo ao invés do antigo "manequim" é bastante complicado atualmente... Afinal, um modelo é algo que supostamente deveríamos seguir, certo?)apresentaram índice de massa corpórea (peso dividido pela altura ao quadrado) compatível com o que a OMS classifica como "magreza severa"... E a coisa não para por aí! Algumas meninas - sim, porque não bastasse todo esse absurdo, a maioria delas é adolescente - chegaram a desfilar com dificuldade, já que supostamente não possuem força muscular para erguer o peso dos sapatos "pesados" de algumas coleções...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para quem teve preguiça de fuçar o google...!




Aqui algumas imagens de modelos plus-size e também um link de um vídeo do Youtube (em inglês, sorry!)sobre "weight bias" na área da saúde (universidade de Yale): http://www.youtube.com/watch?v=lZLzHFgE0AQ

Ser gordo é "ruim" porque...

O que vocês responderiam ao título?
A. Porque você sua demais
B. Porque dizem que o risco de ter doenças é maior
C. Porque você corre o risco de não ser bem atendido pelos profissionais de saúde
A primeira afirmativa parece ser verdadeira - se bem que eu tenho um amigo mais gordo que eu e ele vive sequinho! -, a segunda é bastaaante controversa - como eu vou tentar mostrar em alguns posts mais adiante - e, por mais absurdo que possa parecer, a terceira é a correta. Foi publicada hoje na página da CNN Health (http://www.cnn.com/2010/HEALTH/01/21/obesity.discrimination/index.html?hpt=C2)
uma reportagem que traz alguns dados interessantes. Por exemplo: se você é uma mulher que está acima do peso...
1. e tem problemas para engravidar, será mais difícil encontrar um médico especialista em fertilidade que queira te ajudar em sua missão
2. você correrá um risco maior de receber um diagnóstico errado ou uma dosagem inadequada de medicamento
3. será menos provável você ter um câncer diagnosticado precocemente
Isso representa aquilo que lá fora é conhecido por "weight bias", expressão que poderia ser traduzida como "preconceito contra o peso"... Não é incomum profissionais da saúde assumirem que qualquer que seja o problema de um paciente gordo, ele será totalmente ou parcialmente solucionado caso este emagreça... Existem relatos, inclusive, de profissionais que dizem sentir NOJO ao atender um paciente gordo... Aliás, a palavra "gordo" assumiu conotações tão negativas e estigmatizadas em nossa sociedade que ficamos até desconfortáveis ao pronunciá-la... Ao invés disso, preferimos usar eufemismos como "gordinho", "cheinho", "acima do peso"... O que mais me incomoda é que, apesar de atualmente ser absurdo pensarmos em discriminar uma pessoa pela sua cor, raça e opção sexual, continuamos aceitando - e propagando - o preconceito contra os gordos... Soa como hipocrisia, não acham?
Para aqueles que estão afim de assumir uma atitude um pouco mais neutra em relação àqueles que pesam mais, algumas dicas:
1. evite piadinhas de gordo, no fundo você realmente não ía gostar delas caso fosse um deles (e se você for, sabe do que eu estou falando!);
2. assuma uma postura mais positiva em relação ao seu corpo... Como deixar de ser crítica em relação aos outros se você próprio não tenta se aceitar e gostar um pouco mais de si?;
3. aprenda a enxergar beleza também nas pessoas gordas (busque no google imagens de modelos plus-size e surpreenda-se!);
4. quando você vir um gordo na rua, não alimente pensamentos estereotipados do tipo "ele só é gordo porque come demais e não se exercita"... Esse é um clichê que pode não ser verdadeiro... E acredite, muitas vezes não é;
5. seja mais crítico quanto às imagens que você vê na mídia... Todo mundo sabe que existe Photoshop e outros milhões de recursos, mas nem sempre você para pra pensar nisso quando olha e diz: "poxa, queria ter a cintura perfeita da fulana" ou "nossa, queria o bíceps gigante do ciclano"...
Por hoje é isso!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Para refletir!

Opa, acabei esquecendo no outro post de colocar uma frase que eu adoro... (vou procurar sempre colocar frases de efeito para complementar o que eu escrevo, não sou tão criativa assim, haha):
"Significa muito pouco para mim ter o direito ao voto, a possuir propriedades, etc, se eu não puder ter o pleno direito sobre o meu corpo e seus usos" (Lucy Stone, sufragista americana, 1855)

O corpo é meu sim!

É isso mesmo. O corpo é meu. Faz um tempinho que eu resolvi assumi-lo de fato. O que eu quero dizer com isso? Simples!
1. Estou cansada de me sentir obrigada a transformar meu corpo, como se fosse uma massinha de modelar, em algo que ele não é e não nasceu para ser, com o objetivo de atingir um padrão estético x ou y;
2. Estou cansada das associações que são feitas por aí entre corpo e sucesso, corpo e bem-estar, corpo e felicidade... (corpo este magro, por sinal);
3. Estou cansada de ver a indústria da beleza ganhar milhões em cima da insatisfação constante das pessoas com seus corpos, tudo "em nome da saúde";
4. Estou cansada das revistas que se dizem "femininas" e que no entanto se prestam a alimentar mais e mais a frustação das pessoas com seus corpos;
5. Estou cansada de ver cada vez mais pessoas sedadas com a aparência física, a ponto de prefeririam perder alguns quilos a ganhar anos a mais de vida,uma promoção no emprego... (sim, isso existe!);
6. Estou cansada da visão preto-e-branca do "bom/ruim" e do "proibido/permitido" que existe no fabuloso mundo da comida, fazendo com que as pessoas sintam mais e mais culpa ao se alimentar;
7. Estou cansada das pessoas que fazem atividade física para mudar o corpo e não porque é simplesmente maravilhoso movê-lo, conhecer suas possbilidades e limites, e claro, se divertir!
Enfim, estou cansada de algumas outras coisas também, mas acho que está bom pra começar, né?! Não sei se vou conseguir postar no blog com a frequência que eu gostaria, mas vou atualizá-lo sempre que possível... ;O)