terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O uso de antidepressivos e o ganho de peso

É comum hoje em dia ver pessoas tomando antidepressivos (como a fluoxetina) na tentativa de perder peso. Entretanto, alguns profissionais e pacientes têm percebido algo que já é alvo de estudos: o uso de diferentes classes de antidepressivos (incluindo os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, como a fluoxetina) podem promover ganho de peso a médio e longo prazo.
As duas principais razões para isso são alterações metabólicas e também aumento de apetite, como um "efeito colateral" da melhora do quadro depressivo. Afinal, é muito comum que pessoas deprimidas se tornem inapetentes e não sintam prazer com nada, inclusive com a comida.
Importante ressaltar que, por enquanto, nenhuma medicação (incluindo as drogas normalmente prescritas para perda de peso) foi aprovada para ser usada no controle do ganho de peso promovido por medicações psiquiátricas. Além disso, trocar de remédio e usar outros tipos de drogas em combinação com os antidepressivos sem aconselhamento médico pode ser perigoso.
Se você começou a usar antidepressivo, ganhou peso, está se alimentando bem e se exercitando regularmente e mesmo assim não conseguiu retomar o peso anterior, pense no quadro como um todo: melhor controlar os sintomas da depressão e viver uma vida mais plena (mesmo que com um peso maior do que o desejado) do que ficar mais magro e infeliz. Pelo menos eu penso dessa forma...
PS: esse ano não escrevi nada sobre como aproveitar as festas de natal e ano-novo pois gostei muito do meu post do ano passado, que vocês podem ler aqui. Fora isso, boas festas a todos!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mulheres negras obesas apresentam maior auto-estima do que mulheres brancas obesas



Um artigo americano recente, publicado na revista científica "Applied Research in Quality of Life", concluiu que mulheres negras obesas têm auto-estima mais elevada do que mulheres brancas com o mesmo grau de obesidade, além de apresentarem pontuação mais elevada em um questionário que avalia a qualidade de vida como um todo. Ou seja, as mulheres negras obesas também teriam uma melhor qualidade de vida.

Os dados analisados foram coletados entre 2000 e 2010 e participaram da pesquisa 172 mulheres negras e 171 mulheres brancas, todas obesas. A pesquisa indica que as negras aceitam melhor seus corpos, talvez por uma questão cultural. Dados recentes mostram que, nos Estados Unidos, cerca de 80% da população negra feminina acima de 20anos de idade apresenta sobrepeso ou obesidade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CRN libera parecer sobre a restrição de glúten na dieta



O CRN-3 (Conselho Regional de Nutricionistas-3ª Região, que regula a prática profissional nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul) divulgou nesta semana um parecer sobre a restrição de glúten na dieta, prática que vem sendo orientada por diversos profissionais da área da saúde, muitas vezes de forma indiscriminada. Após deliberação, o Conselho concluiu que a eliminação dos alimentos que contém glúten da dieta (tudo que contém/é feito de: aveia, trigo, malte, cevada, centeio) só deve acontecer "mediante diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca, de dermatite herpetiforme, de alergia ao glúten, ou quando, eliminada a hipótese de doença celíaca, haja diagnóstico clínico confirmado de sensibilidade ao glúten (também denominada como intolerância ao glúten–não celíaca)".
Lembrando que, apesar de nós, nutricionistas, termos conhecimento dos sinais e sintomas dos quadros descritos acima, o diagnóstico clínico é competência do médico! E tem mais: o descumprimento deste parecer "oferece indícios de infringência ao Código de Ética do Nutricionista, sujeitando os infratores a Processo Disciplinar e às penalidades previstas na legislação". Mais uma vitória do bom senso!
Como eu já havia escrito num outro post, a restrição indiscriminada do glúten da dieta pode levar a alguns comprometimentos de saúde, como e redução das bactérias benéficas que habitam nosso intestino. Leia aqui: http://ocorpoemeu.blogspot.com/2010/03/dieta-sem-gluten-diminui-bacterias.html