sexta-feira, 28 de maio de 2010

Garotas com excesso de peso fazem sexo mais cedo

E não é que um estudo americano descobriu que 11% das garotas com sobrepeso e 15% das com obesidade têm a sua primeira relação sexual antes do 13 anos, em comparação com 6% das meninas de peso normal? Da mesma forma, 39% das garotas eutróficas relataram ter tido relações sexuais com mais de três pareceiros até então, em contraposição a 45 e 47% das garotas com sobrepeso e obesidade, respectivamente.
Os autores alegam que um dos motivos da sexualidade precoce em garotas gordas seria sua baixa auto-estima (ok, como se todas tivessem baixa auto-estima por serem gordas!). Isso significa que talvez fosse mais difícil para garotas que já sofrem preconceito e bullying por causa do peso dizer "não" ao se sentirem pressionadas a fazer sexo. Na minha cabeça, outra alternativa seria a busca pela auto-afirmação. Algo do tipo: "você pensa que não sou sexy, que sou uma perdedora, é?! Então deixa eu te mostrar!"
Tenho certeza de que algumas pessoas poderiam pensar: "ah, tá vendo, mais um motivo para garotas gordas emagrecerem antes que seja tarde!"; mas quem sabe o mais sensato não seria trabalharmos a sexualidade de forma mais aberta com os adolescentes de todos os tamanhos e criarmos um ambiente livre de preconceitos contra aqueles que são diferentes? Dessa forma, é provável que uma garota com excesso de peso possa se gostar e ter autonomia sobre seu próprio corpo, sem precisar provar nada a ninguém.

domingo, 23 de maio de 2010

Desvendando a ortorexia

A ortorexia é um quadro obsessivo-compulsivo caracterizado por uma extrema preferência e seleção de alimentos saudáveis, levando à restrição alimentar e, muitas vezes, ao isolamento social. É comum pessoas ortoréxicas se identificarem com grupos alimentares expecíficos, como os vegans (vegetarianos restritos), os macrobióticos, e por aí vai. Em miúdos, fique atento se você conhece alguém que:
1. não come nada com conservantes, corantes, estabilizantes (enfim, praticamente tudo que é industrializado);
2. usa pouquíssimo açúcar e sal, e quando usa, prefere as qualidades mais "saudáveis": açúcar mascavo, sal marinho, etc;
3. escolhe tudo que seja integral;
4. é absolutamente contra os alimentos geneticamente modificados
5. preocupa-se muito com a forma de preparo dos alimentos
6. sente culpa e preocupação caso não consiga seguir os critérios interiorizados em algum momento do dia
7. acha que a "qualidade nutricional" da alimentação é mais importante do que o prazer em se alimentar
A ortorexia ainda não é considerada, ao pé da letra, um transtorno alimentar, até porque não existem critérios diagnósticos definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, criado pela Associação de Psiquiatria Americana e utilizado em todo o mundo. Entretanto, já se percebe a existência de casos reais na prática clínica e o tratamento é semelhante ao de um transtorno alimentar: deve ser multiprofissional, com nutricionista, psiquiatra e psicólogo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Alergia, intolerância ou nóia?

Antes de sair por aí se auto-medicando e tirando da alimentação o amendoim, o leite, o ovo, o camarão, e muitos outros alimentos, sob a justificativa de alergia alimentar, saiba que as reações indesejadas à comida são menos comuns do que se pensa. E, quando existem, podem não se tratar de alergia, e sim de intolerância. Em ambos os casos, a avaliação médica e nutricional, inclusive por meio de exames, é fundamental.
Em primeiro lugar, precisamos diferenciar os dois termos. Alergia é uma reação imunológica que pode se manifestar na pele (coceira, vermelhidão), no sistema respiratório (o conhecido edema de glote, ou mesmo crises de asma) e no sistema gastrintestinal (diarréia, dor abdominal, gases). Já a intolerância, menos problemática, causa somente os problemas digestivos citados, podendo ser uma condição passageira.
Em segundo lugar, descobrir e confirmar uma determinada alergia exige procedimentos específicos, como exame de sangue, teste da substância suspeita diretamente na pele e por fim a retirada do alimento em questão da alimentação da pessoa, para acompanhar sua evolução.
E por que as pessoas desenvolvem alergias e intolerâncias? Não se sabe ao certo, mas alguns fatores contribuem: genéticos, uso de medicamentos, doenças intestinais (como a doença celíaca, que eu abordei em outro post, em que a pessoa têm alergia a uma proteína dos cereais chamada glúten) e até mesmo introdução precoce do leite de vaca na alimentação de uma criança, em substituição ao tão querido e saudável leite materno.
O que eu realmente quero dizer é: façam o favor de não aderir a mais um modismo/nóia alimentar, de parar de consumir alguns alimentos por conta de seu "potencial alergênico". E se sentir alguma coisa, não tome um anti-alérgico ou qualquer outro remédio, procure um especialista.
Fica a dica!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Crianças gordas sofrem mais bullying

Um estudo divulgado no New York Times (http://www.nytimes.com/2010/05/11/health/research/11child.html?nl=health&emc=healthupdateema5) descobriu que crianças obesas e com sobrepeso têm mais chance - 60% e 13%, respectivamente - de sofrer bullying, isto é, aquilo que nos conhecemos por provocação, boicote. E tem mais: não importa se a criança é negra ou branca, se ela é pobre ou rica, ou mesmo se ela possui habilidades sociais ou vai bem na escola. Se ela é gorda, é mais provável que seja provocada e rejeitada. Atenção: um simples apelido, por mais inocente que possa parecer, pode se tornar um gatilho para que a criança desenvolva atitudes alimentares inadequadas e adote medidas não saudáveis para controle de peso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Feliz Dia Internacional Sem Dieta!

Isso mesmo pessoal! Hoje, dia 06/05, foi comemorado o "International No Diet Day", isto é, o "Dia Internacional Sem Dieta", data que é celebrada desde 1993 em vários países do mundo. Meu intuito era ter escrito mais cedo, para que vocês pudessem aproveitar hoje mesmo as dicas que eu vou dar logo a seguir. Mas não tem problema, aproveitem durante o fim de semana, quem sabe durante a semana que vem, quem sabe para sempre! ;O)
1. Para de se pesar com frequência: quanto mais a gente se pesa, mais neurótico a gente fica com aquele número na balança. Sabe-se que o peso corporal chega a variar até 2kg por semana em algumas pessoas, dependendo da retenção de líquidos, do período menstrual (nas mulheres, claro!) e até mesmo se a pessoa foi ou não ao banheiro... E, em algumas pessoas, ver um número "indesejável" na balança pode despertar a sensação de fracasso, o que por sua vez pode fazer com que ela coma mais ("não emagreci mesmo, então...!").
2. Não faça dieta! Experimente prestar atenção nos seus sinais internos de fome e saciedade. Coma quando sentir fome e pare de comer quando estiver satisfeito (e isso não significa estar estufado!). No começo pode ser difícil identificar essas sensações, afinal, muitas vezes comemos automaticamente, sem nos dar conta do ato alimentar em si.
3. Mais prazer, menos culpa: não sinta culpa ao comer algo que você considere delicioso, permita-se! Aproveite e sinta prazer ao comer, para que o momento valha a pena!
Gostaram?! Deixem comentários sobre a experiência de vocês com essas três dicas! E podem deixar sugestões também!
Beijos!

PS: tem um cartão postal, muito lindo por sinal, que foi feito especialmente para esta data com os dizeres (em inglês): "Imagine se nós fossemos diferentes tipos de flores. Uma violeta não pode se tornar um dente-de-leão e um dente-de-leão não pode se tornar uma tulipa. Floresça na sua própria essência." Quem quiser o cartão em PDF pode me pedir que eu envio por email!
PS2: leiam a reportagem no "The Record" sobre a comemoração: http://news.therecord.com/news/article/707118

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Crianças comem mais quando estão entre amigos (e mulheres comem menos quando estão com homens!)

Não aguentei e resolvi escrever rapidinho sobre outra reportagem da Time (http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,1919885,00.html): resultados de um estudo americano de 2009 revelam que a criança tende a comer mais quando está com um amigo do que quando está com outra criança que não conhece, especialmente se ambos estiverem acima do peso. Justificativas da autora (rufem os tambores!):
1. Obesidade é contagiosa (!)
2. Comer com uma pessoa acima do peso automaticamente faz com que você passe a "tolerar" mais a obesidade (sim, claro, porque a obesidade é intolerável nesse mundo regido por um padrão rígido e inatingível de magreza)
Eu tenho uma justificativa melhor: será que os gordinhos não comem mais com amigos gordinhos porque dessa forma não sofrerão discriminação por comerem isso ou aquilo?
A Time também fala de outro estudo que mostrou que mulheres tendem a comer menos quando estão em companhia de homens, mas o inverso não ocorre. Claro, a comida é tão moralizada atualmente que é esperado pela sociedade que uma mulher coma menos, onde já se viu comer mais?!
Atenção: fazer dieta e se preocupar excessivamente com comida e peso são os maiores sedativos políticos da mulher! Por isso que eu digo: amigas, não se envergonhem de pedir aquele hamburguer de picanha com muita maionese quando forem à lanchonete com alguém! Será um super diferencial!

Pais perdem a guarda de filhos obesos mórbidos

Uma reportagem publicada no site da Time (http://www.time.com/time/health/article/0,8599,1930772,00.html) desperta a polêmica: será que os pais de crianças com obesidade mórbida deveriam perder a guarda dos filhos?
Alguns profissionais, que acreditam que a obesidade é culpa de pais desnaturados que dão muita comida às crianças, votam no "sim"; porém, alguns profissionais mais sensatos que entendem que a questão da obesidade vai muito além do ambiente familiar, votam no "não". Afinal, existem muitos fatores a serem considerados: será que a criança não tem um problema metabólico? Será que ela não está tendo compulsão escondida? Será que as propagandas de televisão não estão incentivando o consumo excessivo de alimentos 24 horas por dia? Uma das mães que perdeu seu filho, por exemplo, desconfiava que ele tivesse algum problema endócrino, mas não tinha recursos para levá-lo em consultas médicas, o sistema público de saúde não quis atendê-lo...
Só me restam duas questões:
1. se o problema for mesmo excesso de comida, será que tirar a criança da mãe não vai gerar um estresse emocional maior, levando-a a comer mais?
2. será que as próximas crianças a serem tiradas de suas mães serão as adolescentes quase baixo-peso que querem ser iguais às modelos das revistas?

domingo, 2 de maio de 2010

Um desabafo: não espere a vida acontecer, viva o agora!

Meu objetivo hoje era postar sobre um caso na Europa em que pais perderam a guarda do filho por ele ser obeso mórbido, e teoricamente alguém resolveu acusar os pais de "maus-tratos"... Entretanto, mais tarde vou à missa com um amigo meu que estuda Direito na São Francisco e ele vai me dizer o que acha dessa história toda, se isso é válido perante a lei ou não, essas coisas... Vou esperar até amanhã então para deixar o post mais completo para vocês...
Resolvi aproveitar o espaço para um breve desabafo, baseado em alguns cometários que rolaram hoje num almoço em família... Não aguento mais ouvir pessoas que vão "esperar emagrecer dois quilinhos" para comprar uma roupa que querem, ou para experimentar aquele biquini novo na piscina do prédio... Talvez seja tarde demais, sabia?! Ou talvez você não chegue a emagrecer os fatídicos dois quilinhos, ou talvez você emagreça e ainda assim não fique satisfeito... Ou talvez a roupa que você queria saia de moda, e o inverno chegue e você não consiga aproveitar a piscina do seu prédio...
VIVA SUA VIDA AGORA, NÃO IMPORTA O PESO QUE VOCÊ TENHA!!! Se você realmente tentar, é bem capaz que perceba que seu peso não te impede de nada, e que você pode ser feliz junto com seus dois quilinhos.