quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quem tem amigos vive mais

O estudo de uma psicóloga da Universidade de Utah, EUA, trouxe resultados um tanto quanto inesperados: um pobre convívio social contribui tanto para morte precoce quanto fumar 15 cigarros ao dia ou tomar mais de seis drinques diariamente. Pessoas solitárias são mais propensas a doenças cardíacas, HIV/AIDS e câncer, em parte por razões biológicas e em parte porque essas pessoas tendem a incorporar menos hábitos saudáveis ao seu estilo de vida. Como a própria autora do estudo sugere, a estigmatização da obesidade seria contraproducente na melhoria do estilo de vida de pessoas obesas, já que poderia contribuir com sua alienação e com a redução de seu convívio social. Isto aumentaria o risco de morte por si só.
Mais um ponto negativo para o preconceito.

sábado, 24 de julho de 2010

Cirurgias podem dificultar a amamentação

As mulheres brasileiras que desejam ter filhos e amamentar deveriam ter mais critério na hora de optarem por uma redução ou aumento da mama. Critério para decidir se querem isso mesmo, para escolherem um bom médico e buscarem muita informação a respeito das técnicas existentes. Por quê? Porque acabou de sair um trabalho da Unifesp que encontrou que mulheres com seios operados tiveram mais dificuldade na hora de amamentar. Após um mês da data do parto, a amamentação exclusiva entre as mulheres com cirurgia foi muito menor. Segundo uma das autoras do estudo, na cirurgia de redução de mama retira-se parte do tecido da glândula mamária, estrutura responsável pela produção do leite. Já no implante de silicone, a prótese poderia comprimir a glândula, dificultando a amamentação.

Gordos podem sim ser saudáveis!

Confesso que me surpreendi. Até a "Women's Health", uma das revistas mais "gordofóbicas" que conheço, afirma em matéria publicada na edição de julho que gordos podem sim ser saudáveis. "O que detona a saúde não é a obesidade, mas o estilo de vida imprudente - dieta pobre em nutrientes e vida sedentária", diz a revista (e muitas pesquisas científicas que existem por aí). Eles até divulgaram o livro do professor de fisiologia do exercício Glenn Gaesser, dos EUA (muito bom, eu recomendo!): "Big fat lies - the truth about your weight and your health" (em portugês, seria algo como "Grandes e gordas mentiras - a verdade sobre seu peso e sua saúde"). Na obra, o autor apresenta vários estudos que colocam em dúvida a associação exagerada entre peso e saúde.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O que os gordos têm a dizer

Como muitos sabem por experiência própria, tem bastante gente que gosta de dar pitaco sobre o que ajuda ou não a perder peso, a melhorar a saúde e o bem-estar. Existem até estudos, por exemplo, que avaliam quais são as atitudes da população diante de diferentes intervenções para previnir a obesidade. Entretanto, indivíduos que já apresentam esta condição são raramente ouvidos nessas pesquisas. Acreditando que eles teriam muito a contribuir, autores australianos fizeram uma pesquisa qualitativa com 142 indivíduos adultos obesos, de alto nível educacional. Foram conduzidas entrevistas telefônicas com essas pessoas, que tiveram que discutir sobre a importância de várias intervenções na melhoria da saúde e na promoção do bem-estar de pessoas gordas. As intervenções englobavam campanhas governamentais que incentivam perda de peso, campanhas governamentais que incentivam o consumo de frutas e verduras, dietas comerciais, financiamento público para cirurgia bariátrica, dentre outras. O achado principal da pesquisa é que os entrevistados apoiaram as intervenções que não promoviam a estigmatização da obesidade e que não eram focadas na perda de peso por si só, mas sim que incentivavam mudanças no estilo de vida. Alguns outros resultados se mostraram bem interessantes. De forma geral, os obesos que se mostraram favoráveis à cirurgia bariátrica eram aqueles que estavam aguardando a cirurgia ou aqueles que a haviam feito há pouco tempo. Apenas 18% dos entrevistados reconheceram que dietas comerciais ("Vigilantes do Peso", dietas da moda, etc) eram benéficas, e suas percepções eram fortemente afetadas por suas próprias experiências frustradas. Ainda assim, muitos disseram que recorreriam novamente à alguma dieta por falta de apoio na mudança de estilo de vida. Não é difícil entender: quantos de nós não incentivamos nossos familiares gordos a fazerem dieta? É mais fácil culpá-los e dar uma solução simplista do que se oferecer para ir com eles ao parque e fazer uma caminhada.

sábado, 17 de julho de 2010

O massacre da fita métrica

Não bastassem as várias medidas que já existem para identificar o grau de obesidade de um indivíduo, aparentemente mais uma chegou para ficar: a circunferência do pescoço. Um estudo americano com aproximadamente mil crianças e adolescentes verificou correlação positiva entre circunferência do pescoço e IMC, isto é, um pescoço mais largo em jovens indica IMC mais alto. Os pesquisadores até mesmo definiram pontos de corte que determinam quais jovens estão acima do limite de IMC "desejável". Em adultos, a medida da circunferência do pescoço já é usada para detectar gordura visceral, aquela gordura que se deposita no abdômen ("barriga de chope") e que é mais danosa à saúde (mulheres, não se preocupem: a gordura que se deposita em nossos quadris e coxas é comprovadamente benéfica à saúde!).
Depois de ler o estudo, eu me questiono: se a medida tem a ver com o IMC, que invariavelmente é calculado em qualquer consulta médica ou nutricional, porque enrolar uma fita métrica no pescoço de uma criança de seis anos?! Para ela ficar, talvez, encanada com mais uma parte do seu corpo?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Alimentação saudável sem clichês

Olá pessoal! Como faz um tempinho que não escrevo, teremos post duplo esse fim de semana! O de hoje é mais descontraído, até mesmo poético... É uma visão diferente sobre o que é alimentação saudável... A autora chama-se Ellyn Satter, é uma nutricionista americana que eu adoro... Inspirem-se!

"“Alimentar-se normalmente é ser capaz de comer quando você está com fome e continuar comendo até você ficar satisfeito. É ser capaz de escolher os alimentos que você gosta e comê-los até aproveitá-los suficientemente – e não simplesmente parar porque você acha que deveria. Alimentar-se normalmente é ser capaz de usar alguma restrição na seleção de alimentos para consumir os alimentos certos, mas sem ser tão restritivo a ponto de não comer os alimentos prazerosos. Alimentar-se normalmente é dar permissão a você mesma para comer às vezes porque você está feliz, triste ou chateado ou apenas porque é tão gostoso. É também deixar alguns biscoitos no prato porque você pode comer mais amanhã ou então comer mais agora porque eles têm um sabor maravilhoso quando estão frescos. Alimentar-se normalmente é comer em excesso às vezes e depois se sentir estufado e desconfortável. Também é comer a menos de vezes em quando, desejando ter comido mais. Alimentar-se normalmente é confiar que seu corpo conseguirá corrigir os errinhos da sua alimentação. Alimentar-se normalmente requer um pouco do seu tempo e atenção, mas também ocupa o lugar de apenas uma área importante, entre tantas, de sua vida. Resumindo, o “comer normalmente” é flexível e varia em resposta às nossas emoções, nossa agenda, nossa fome e nossa proximidade com o alimento.”

Beijos e até amanhã!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Novo seriado: "Huge"

Quem é gordo sabe: fazer dieta não funciona. E o novo seriado da ABC, "Huge", o qual tive o prazer de assitir agora mesmo, mostra exatamente isso.
A história é sobre pais que têm a infeliz idéia de enviar seus filhos gordos (e lindos, por sinal) para um acampamento destinado à perda de peso. Regados a espinafre e uma treinadora física completamente neurótica, os adolescentes vivem o drama de sofrerem discriminação até mesmo entre eles próprios. Aos poucos, os efeitos da dieta imposta aos acampantes começam a surgir: pensamentos obsessivos por comida, contrabando de alimentos "proibidos" e uma garota que começa a vomitar por ter comido doces.
O ponto central da trama, entretanto, é o fato da protagonista (a mesma do filme Hairspray, inclusive) se recusar a aceitar o que a sociedade já internalizou: "ser gordo é ruim". Por quê? Porque é "feio"? Bom, ela não acha. Porque é uma "doença"? Bom, eu não concordo muito com essa visão, sabe-se que existem pessoas gordas que são saudáveis: se exercitam, comem bem, têm exames (colesterol, triglicérides, glicemia) normais... Eu sei que existem estudos que mostram que a obesidade é um fator de risco para algumas doenças, mas até aí, fazer dieta é um fato de risco para transtorno alimentar, e que eu saiba ninguém diz que isso é doença... Bom, talvez eu diga.