quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A volta do carboidrato e a “dieta detox”



E hoje vou falar sobre dois assuntos que me chamaram a atenção (e me incomodaram, diga-se de passagem) nessa semana: a ascensão do carboidrato ao posto de “mocinho” e a tal “dieta detox”.

A crença de que carboidrato à noite faz mal e engorda NUNCA teve comprovação científica, mas perdura até hoje inclusive entre muitos profissionais da saúde. Por isso é comum conversar com pessoas e atender pacientes que restringem carboidrato sem necessidade. E sentem falta dele. E desenvolvem uma relação complicada com a comida por causa disso.

Então eu tento usar argumentos verdadeiramente científicos do porquê precisamos do carboidrato. Muitas vezes não adianta. Daí basta uma revista de grande circulação trazer em sua capa a manchete de que “carboidrato é bom à noite” para muitas pessoas repensarem sua conduta e acharem que AGORA SIM terão saúde, vão emagrecer... Bom, infelizmente é assim mesmo, muitas vezes a mídia acaba tendo maior poder de persuasão do que nós reles profissionais. Mas tudo bem, o que importa para mim é que as pessoas possam agora desfrutar com prazer da sua macarronada no jantar!

Outra coisa que tem me deixado com a pulga atrás da orelha é a tal “dieta detox”, que tem gerado lucros astronômicos a lojas de suplementos, empresas que vendem refeições, editoras de revistas...

Em primeiro lugar, eu acho que existe uma questão ética nesse nome: ele passa a ideia de que precisamos necessariamente de um tipo de alimentação específica para “desintoxicar/detoxificar” nosso corpo depois de épocas de exagero alimentar (como as festas de fim de ano, por exemplo). Felizmente, isso não é verdadeiro! Tirando casos de insuficiência renal ou hepática, que são doenças sérias, o corpo não precisa de ajuda para eliminar toxinas. O fígado, os rins e o intestino dão conta do recado. O uso desse termo “detox” tem implicações tão sérias na mente das pessoas que recentemente um renomado pesquisador britânico publicou um artigo no periódico “The Biologist” criticando esse tipo de dieta (veja aqui).

“Dieta detox” é ruim? Bem, nada contra os alimentos e bebidas “queridinhos” das dietas detox: chá de hibisco e sua antocianina, limão e sua vitamina C, frutas vermelhas e seus flavonoides, maçã e sua quercetina, gengibre e seu gingerol... Já se sabe há muito tempo que aumentar a ingestão de alimentos vegetais e diminuir a ingestão de industrializados faz bem à saúde, isso não é dado novo! O problema é que muitas das “dietas detox” divulgadas e comercializadas por aí são muito restritivas, incentivam a prática de dieta líquida, proíbem muitos alimentos. Isso não é bom a médio e longo prazo. E eu acredito nas medidas que são duradouras, que podemos manter sem abrir mão de viver. Isso é mudança de estilo de vida.

Na minha opinião, esse é o problema dos modismos, inclusive alimentares: eles passam. E, no caso da comida, você fica à deriva, sem saber a cada dia o que “pode” ou “não pode” comer, transformando o momento das refeições numa verdadeira tortura. Quando foi que comer de forma intuitiva, normal, sem noias, saiu de moda mesmo?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Lições da minha cirurgia e do “Valentine’s Day”



Esse ano passei um carnaval diferente. Ao invés de curtir a farra bastante característica que essa época nos permite, optei por agilizar a minha cirurgia de vesícula, que eu já vinha adiando há algum tempo. Comentei com algumas pessoas, com outras não. O fato é que terça à tarde, ao postar no Facebook uma foto minha já no quarto do hospital, tive uma surpresa agradável: muitas pessoas curtiram e comentaram a imagem, desejando boas energias e uma boa recuperação. Até mesmo pessoas com quem não falava há algum tempo. Outros amigos mais próximos me telefonaram para saber como eu estava e foram até mesmo me visitar.

Eu depois da cirurgia!

Pode parecer piegas, mas após toda essa demonstração de preocupação e afeto eu me senti querida e amada. Sim, independentemente de tudo, pude perceber que existem pessoas que se importam comigo e com meu bem-estar. E muitas vezes, quando estamos mergulhados no nosso oceano de auto-crítica ou quando estamos ocupados demais nos preocupando com nossa aparência, nos esquecemos dessa verdade absoluta: existem pessoas que nos amam e vão gostar da gente não importando nosso tamanho, nossa cor da pele ou o quanto de celulite acumulamos ao longo dos anos.

Para completar minha alegria, um amigo querido falou comigo hoje e me desejou “Happy Valentine’s Day”. Para quem não sabe, essa data seria o equivalente norte-americano do dia dos namorados, mas serve também para celebrar as amizades. Aproveitando essa deixa, resolvi escrever sobre minha experiência e propor o seguinte: que tal celebrar sua amizade consigo mesmo? O quanto você tem investido na relação com si próprio?

Abaixo algumas sugestões para amar-se um pouco mais no dia de hoje!

1. Cozinhe um prato bem gostoso e coma saboreando, sem culpa. Você merece!

2. Escreva um cartão de "Valentine’s Day" a si mesmo, como se você estivesse escrevendo para um amigo querido. Ressalte suas qualidades e pontos fortes!

3. Se o tempo estiver bom, saia para dar uma volta e observe a paisagem!

4. Olhe álbuns de fotos antigos e reviva momentos positivos em sua vida, como uma viagem ao exterior ou o aniversário de alguém querido. Perceba como você esteve feliz nessas ocasiões, ao lado de pessoas de quem gostava. Repare que seu corpo ou seu peso não te impediram de aproveitar a situação.

5. Abrace pessoas queridas a seu redor e deixe claro o quanto você gosta delas!

6. Lembre-se sempre: você é especial!!!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Disney altera atração que estigmatizava a obesidade!


Vocês se lembram da atração “Habit Heroes”, lançada ano passado na Disney, que promovia a estigmatização da obesidade e que eu critiquei aqui? Pois bem: após uma onda de críticas de associações internacionais como a “National Association to Advance Fat Acceptance”, a Disney alterou recentemente a atração do parque Epcot de forma a promover hábitos de vida saudáveis, e não a estigmatização da obesidade e dos indivíduos obesos! Os personagens, que antes eram pejorativos e estereotipavam pessoas obesas, foram substituídos.

Antigos personagens da atração Habit Heroes

A nova atração conta com três “fases” e os indivíduos que a visitam devem trabalhar em grupo e fazer atividades que mexem com o corpo a fim de passar para o próximo nível.

Àqueles que forem à Disney, vale a pena a visita!