sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Velhinhos com sobrepeso vivem mais!

As curvas de IMC (como já foi dito, IMC é o peso dividido pela altura ao quadrado), que definem se o indivíduo tem um peso "normal" ou se está sobrepeso ou obeso, vem sendo criticadas por diversos estudos atuais, pois talvez a faixa definida como "normal" - IMC entre 18,50 kg/m2 e 24,99 kg/m2 - não seja de fato a mais saudável. Um estudo fresquinho da American Geriatric Society, que avaliou mais de 9200 idosos entre 70 e 75 anos por um período de dez anos, revelou que o risco de morte era 13% MENOR nos homens e mulheres que apresentavam sobrepeso... Da mesma forma, o risco era maior naqueles indivíduos que eram sedentários...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Para quem achou que eu estava mentindo...!


Aqui está um flyer que o programa "None for Me!", incentivando a abstinência nas escolas, entregava às crianças...

Como desenvolver um transtorno alimentar em crianças?!

Fácil! Ensine-as a praticar a abstinência no horário do almoço, conforme a sugestão de algumas escolas americanas... É isso mesmo! Com nomes tão absurdos como "None for Me!" ("Nada para mim!"), alguns programas governamentais americanos defendem que as crianças não devem se alimentar no horário do almoço a fim de previnir/conter a "epidemia" da obesidade... Afinal, os fins justificam os meios, não?! O que me deixa menos chateada é que os "profissionais" por trás dessa idéia absurda perceberam que a estratégia é ineficaz (não, jura?!) e que programas de educação nutricional menos "ortodoxos" podem trazer um benefício maior às crianças... Agora, que é espantoso é: como os pais sequer permitiram a submissão dos filhos a uma experiência tão tenebrosa?!

domingo, 24 de janeiro de 2010

"Dance your ass off"

Não fosse o nome e seu principal objetivo, eu até daria um jeito de assistir a um programa que está fazendo certo sucesso nos EUA: "Dance your ass off", mistura de "Dancing with the stars" (oba!) com "The biggest loser"(eca!). Basicamente, o programa recruta indivíduos gordos e os coloca para dançar com bailarinos profissionais, dos mais variados estilos... Com um detalhe: quem perder menos peso na semana, vai embora. Ou seja, o programa está tentando provar (ao contrário de todas as evidências) que só é capaz de dançar aquele que emagrecer. O fato é que, como dançarina, tenho que dizer que a dança é uma das melhores atividades físicas para mover o corpo, descobrir e ampliar seus limites, esquecer os problemas da vida e libertar a alma... E o melhor, você não precisa ser magro para isso! Mas tem um detalhe: você terá que encontrar uma academia ou estúdio de dança que te permita ser quem você de fato é, e que te ensine a dançar simplesmente pelo gosto em passar a arte adiante... Caso contrário, se sentirá frustrado e fadado a não experimentar o prazer que a dança pode te proporcionar... E depois ainda dizem: "nossa, ele é gordo, por que não faz atividade física"?! Pense bem e no fundo você saberá o porquê...
Enfim, frente a isso, tenho duas sugestões:
1. Assista ao link que separei do Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=UXkEhWMN9M0) que mostra um dos episódios do programa, prestem atenção à moça negra dançando, eu achei sensacional! Graça, atitude E destreza técnica, inclusive...
2. Experimente dançar! Quem quiser provar na pele que qualquer um pode dançar e conhecer um espaço nos moldes que eu descrevi acima, pode conferir o site do lugar onde eu faço aulas (www.casadadanca.com.br)

Mais uma bobagem diretamente dos EUA...

Mais uma situação ligando gordura e competência profissional: a Universidade de Lincoln, nos EUA, decidiu que, aparentemente alunos gordos (com IMC igual ou superior a 30 kg/m2) não são dignos o suficiente para se formarem, apesar de terem completado todos os requisitos exigidos por seus cursos. A não ser, é claro, que tenham a "dignidade" de emagrecer uns bons quilinhos a fim de caberem com classe numa beca... Seria essa medida terrorista um "incentivo a uma vida mais saudável" ou uma completa ignorância do direito que cada um tem de manter seu corpo da forma como bem entender?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Até tu, Brutus?!

Pode parecer incrível, mas até os estilistas do Fashon Rio e da SPFW reclamaram abertamente da magreza absurda das modelos que desfilaram nos eventos. Reinaldo Lourenço, grande nome da moda no Brasil, disse que teve trabalho para acertar as roupas no corpo das moças, pois acabaram ficando "largas" demais... Algumas modelos (cá entre nós, usar esse termo ao invés do antigo "manequim" é bastante complicado atualmente... Afinal, um modelo é algo que supostamente deveríamos seguir, certo?)apresentaram índice de massa corpórea (peso dividido pela altura ao quadrado) compatível com o que a OMS classifica como "magreza severa"... E a coisa não para por aí! Algumas meninas - sim, porque não bastasse todo esse absurdo, a maioria delas é adolescente - chegaram a desfilar com dificuldade, já que supostamente não possuem força muscular para erguer o peso dos sapatos "pesados" de algumas coleções...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Para quem teve preguiça de fuçar o google...!




Aqui algumas imagens de modelos plus-size e também um link de um vídeo do Youtube (em inglês, sorry!)sobre "weight bias" na área da saúde (universidade de Yale): http://www.youtube.com/watch?v=lZLzHFgE0AQ

Ser gordo é "ruim" porque...

O que vocês responderiam ao título?
A. Porque você sua demais
B. Porque dizem que o risco de ter doenças é maior
C. Porque você corre o risco de não ser bem atendido pelos profissionais de saúde
A primeira afirmativa parece ser verdadeira - se bem que eu tenho um amigo mais gordo que eu e ele vive sequinho! -, a segunda é bastaaante controversa - como eu vou tentar mostrar em alguns posts mais adiante - e, por mais absurdo que possa parecer, a terceira é a correta. Foi publicada hoje na página da CNN Health (http://www.cnn.com/2010/HEALTH/01/21/obesity.discrimination/index.html?hpt=C2)
uma reportagem que traz alguns dados interessantes. Por exemplo: se você é uma mulher que está acima do peso...
1. e tem problemas para engravidar, será mais difícil encontrar um médico especialista em fertilidade que queira te ajudar em sua missão
2. você correrá um risco maior de receber um diagnóstico errado ou uma dosagem inadequada de medicamento
3. será menos provável você ter um câncer diagnosticado precocemente
Isso representa aquilo que lá fora é conhecido por "weight bias", expressão que poderia ser traduzida como "preconceito contra o peso"... Não é incomum profissionais da saúde assumirem que qualquer que seja o problema de um paciente gordo, ele será totalmente ou parcialmente solucionado caso este emagreça... Existem relatos, inclusive, de profissionais que dizem sentir NOJO ao atender um paciente gordo... Aliás, a palavra "gordo" assumiu conotações tão negativas e estigmatizadas em nossa sociedade que ficamos até desconfortáveis ao pronunciá-la... Ao invés disso, preferimos usar eufemismos como "gordinho", "cheinho", "acima do peso"... O que mais me incomoda é que, apesar de atualmente ser absurdo pensarmos em discriminar uma pessoa pela sua cor, raça e opção sexual, continuamos aceitando - e propagando - o preconceito contra os gordos... Soa como hipocrisia, não acham?
Para aqueles que estão afim de assumir uma atitude um pouco mais neutra em relação àqueles que pesam mais, algumas dicas:
1. evite piadinhas de gordo, no fundo você realmente não ía gostar delas caso fosse um deles (e se você for, sabe do que eu estou falando!);
2. assuma uma postura mais positiva em relação ao seu corpo... Como deixar de ser crítica em relação aos outros se você próprio não tenta se aceitar e gostar um pouco mais de si?;
3. aprenda a enxergar beleza também nas pessoas gordas (busque no google imagens de modelos plus-size e surpreenda-se!);
4. quando você vir um gordo na rua, não alimente pensamentos estereotipados do tipo "ele só é gordo porque come demais e não se exercita"... Esse é um clichê que pode não ser verdadeiro... E acredite, muitas vezes não é;
5. seja mais crítico quanto às imagens que você vê na mídia... Todo mundo sabe que existe Photoshop e outros milhões de recursos, mas nem sempre você para pra pensar nisso quando olha e diz: "poxa, queria ter a cintura perfeita da fulana" ou "nossa, queria o bíceps gigante do ciclano"...
Por hoje é isso!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Para refletir!

Opa, acabei esquecendo no outro post de colocar uma frase que eu adoro... (vou procurar sempre colocar frases de efeito para complementar o que eu escrevo, não sou tão criativa assim, haha):
"Significa muito pouco para mim ter o direito ao voto, a possuir propriedades, etc, se eu não puder ter o pleno direito sobre o meu corpo e seus usos" (Lucy Stone, sufragista americana, 1855)

O corpo é meu sim!

É isso mesmo. O corpo é meu. Faz um tempinho que eu resolvi assumi-lo de fato. O que eu quero dizer com isso? Simples!
1. Estou cansada de me sentir obrigada a transformar meu corpo, como se fosse uma massinha de modelar, em algo que ele não é e não nasceu para ser, com o objetivo de atingir um padrão estético x ou y;
2. Estou cansada das associações que são feitas por aí entre corpo e sucesso, corpo e bem-estar, corpo e felicidade... (corpo este magro, por sinal);
3. Estou cansada de ver a indústria da beleza ganhar milhões em cima da insatisfação constante das pessoas com seus corpos, tudo "em nome da saúde";
4. Estou cansada das revistas que se dizem "femininas" e que no entanto se prestam a alimentar mais e mais a frustação das pessoas com seus corpos;
5. Estou cansada de ver cada vez mais pessoas sedadas com a aparência física, a ponto de prefeririam perder alguns quilos a ganhar anos a mais de vida,uma promoção no emprego... (sim, isso existe!);
6. Estou cansada da visão preto-e-branca do "bom/ruim" e do "proibido/permitido" que existe no fabuloso mundo da comida, fazendo com que as pessoas sintam mais e mais culpa ao se alimentar;
7. Estou cansada das pessoas que fazem atividade física para mudar o corpo e não porque é simplesmente maravilhoso movê-lo, conhecer suas possbilidades e limites, e claro, se divertir!
Enfim, estou cansada de algumas outras coisas também, mas acho que está bom pra começar, né?! Não sei se vou conseguir postar no blog com a frequência que eu gostaria, mas vou atualizá-lo sempre que possível... ;O)