quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Profissionais de saúde apresentam alto grau de estigma contra obesos


Eu já abordei no blog os malefícios e a forte presença em nossa sociedade do estigma contra a obesidade e os indivíduos obesos (aqui e aqui), representado de forma clara na figura acima. Mas achei interessante retomar o tema por conta dos resultados alarmantes de um recente estudo britânico.

A pesquisa avaliou 1130 estudantes das áreas de enfermagem, medicina e nutrição por meio de dois questionários, o Fat Phobia Scale (F-scale) e o Beliefs About Obese People Scale (BOAP). Segundo o estudo, apenas 1,4% dos participantes expressaram atitudes neutras ou positivas para com indivíduos obesos e 10,5% deles apresentaram altos níveis de estigma. Os indivíduos com menor grau de estigma foram os estudantes de enfermagem e os fatores preditores de menor estigma foram maior IMC (por parte dos alunos) e maior compreensão de que a obesidade não está sob o controle do indivíduo, ou seja, entender que a pessoa não é obesa “porque quer”.

Esses resultados são muito sérios. Como é que os profissionais conseguirão tratar de forma adequada e eficaz seus pacientes obesos se acreditam fortemente que eles são “preguiçosos”, “fracos” e “auto indulgentes”, por exemplo? Estudos prévios já verificaram também que os profissionais tendem a ficar menos tempo em consulta com seus pacientes obesos, e estes têm menor acesso a cuidados de medicina preventiva.

Será que estamos mesmo preparados para enfrentar a “epidemia da obesidade” ou será que estamos contribuindo negativamente com a saúde e o bem-estar dos indivíduos com excesso de peso?

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