
É comum atualmente no mundo a criação de programas de prevenção de obesidade nas escolas, focando em incentivos para diminuir o consumo calórico e aumentar o gasto energético por meio de atividade física. O objetivo desses programas é fazer as crianças perderem peso e/ou atingirem um “peso saudável”, e é frequente a adoção de pesagens periódicas para se avaliar o “progresso” obtido.
Entretanto, um estudo americano recente questiona esse tipo de programa, já que não foca em questões como autoestima, estima corporal, ditadura e mito da beleza e comportamentos inadequados para perda/manutenção de peso. E o motivo do questionamento é simples: pessoas predispostas a desenvolverem transtornos alimentares podem interpretar informações sobre alimentação e peso saudáveis de formas extremas, especialmente adolescentes que estão passando por mudanças corporais notáveis. Isso resultaria no surgimento dos transtornos alimentares. E o interessante é o seguinte: este estudo descreve quatro casos de adolescentes americanos (13 e 14 anos, 3 garotas e 1 garoto) que desenvolveram a doença logo após a exposição a programas de prevenção de obesidade em suas escolas. Ou seja: eles relatam que a preocupação com peso e comida só surgiu devido a esses programas.
Outro ponto relevante colocado pela pesquisa: não existem estudos que demonstrem o impacto desses programas na saúde mental das crianças e adolescentes e que confirmem a eficácia das estratégias propostas na perda e manutenção de peso a longo prazo!
É claro que precisamos de programas que abordem a prevenção da obesidade em crianças e adolescentes, mas o que estudos atuais vêm apontando é que estes deveriam propor estratégias de prevenção conjunta de obesidade e transtornos alimentares e focar em comportamentos saudáveis ao invés de "peso saudável" (veja aqui e aqui).
Isso é possível? Com certeza! Inclusive, já deixo aqui o convite: dia 29/6, em São Paulo, o Genta (Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares, do qual faço parte) fará um evento justamente sobre essa temática. Mais informações em breve!
Olá! Caso tenha os artigos indicados na íntegra, poderia compartilhar?
ResponderExcluirSe puder enviar para carolina.falcoski@gmail.com seria ótimo!
Obrigada!
Abs