sábado, 6 de agosto de 2011

Magreza não é sinônimo de nada: meu relato

Uma dissertação de mestrado defendida recentemente na Faculdade de Saúde Pública concluiu: para garotas obesas, ser magra é sinônimo de aceitação e sucesso. Não que isso seja novidade, provavelmente todos nós já ouvimos ou já pensamos a respeito dessa associação alguma vez na vida. Afinal, todos os dias somos lembrados pela mídia e pela sociedade em geral que é melhor ser magro, e não importa a justificativa: vaidade, beleza, confiança, sucesso profissional, saúde. É um ataque sutil, mas que está contribuindo para abalar a auto-estima de milhões de pessoas no mundo todo.
Eu mesma já sofri com meu corpo. Apesar de ter sido bem magra durante a infância e o início da adolescência, sempre tive uma "barriguinha saliente" que me incomodava bastante. Quando tirei as fotos abaixo do fundo do baú, nem pude acreditar no corpo que vi!




Ao longo da adolescência, coloquei na cabeça que se eu emagrecesse e perdesse a "barriguinha" seria "mais": mais popular, mais bonita, mais aceita. Além da dança, que sempre foi minha paixão, comecei a frequentar a academia e a fazer musculação todos os dias, com apenas treze anos. Comecei a regular e controlar minha alimentação. Felizmente, a situação não evoluiu e não se agravou tanto a ponto de eu prejudicar minha saúde e desenvolver uma doença, como por exemplo um transtorno alimentar. Mas essa espécie de "obsessão" tomou conta de muito do meu tempo, que eu poderia ter usado para alguma outra coisa certamente melhor e mais útil.
Enfim, o que passou passou, mas a questão é a seguinte: eu alcancei o meu objetivo? Não e sim. Não perdi a "barriguinha", até porque ela é uma caracterísitca genética da qual hoje eu tenho orgulho: minha mãe tem, minha avó tem... E isso faz parte da minha herança, de quem eu sou. Eu inclusive ganhei um pouco de peso ao longo da adolescência, por conta das questões hormonais e também porque eu passei a ter uma relação mais saudável com a alimentação, deixei de fazer restrição. Mas eu me tornei sim mais "popular", mais sociável e mais bonita de corpo e alma. Eu mudei quando a minha atitude mudou, quando eu resolvi impor meu espaço no universo e quando eu resolvi confiar mais em mim mesma. Porque a auto-estima não depende quase nada da forma do nosso corpo. Muitos outros fatores podem ajudar a melhorá-la: apoio e suporte familiar, amizades, estudo, trabalho, espiritualidade e a nossa própria individualidade, aquilo que justamente nos torna diferente dos outros. Afinal, o que todos temos em comum são as nossas diferenças.
E hoje eu sou assim, feliz da vida, e com o corpo mais "cheio": cheio de amor, paz de espírito e vontade de viver!


2 comentários:

  1. oi ANA, meu nome é simone e tive uma historia muito parecida com a sua só q infelismente segui por um caminho muito mais doloroso q o seu
    fui bulemica desde os oito anos de vida e consegui aprender a lidar com essa doença depois do tratamento q eu fiz no hospital das clinicas ... fazem mais ou menosa uns tres anos q tive alta e agora resolvi amar o meu corpo real ...e me indentifiquei muito ...com o q vc pensa sobre a frase"agora estou mais cheia " eu tamb estou mais cheia "de amor de paz e de alegrai " muito bom ter lido bj .

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  2. Amei esse post muitooooo bom.

    Posso publicar ele no blog?

    bjmm

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