quinta-feira, 5 de abril de 2012

American Airlines e os estereótipos americanos

Os americanos são de fato os reis da criatividade. São tão criativos que às vezes inventam idéias que mais parecem piadas de mau gosto.

A companhia aérea American Airlines, em pareceria com o “Physicians Committee for Responsible Medicine” (traduzindo livremente: “Comitê Médico pela Medicina Responsável”), criou a seguinte estratégia de marketing: quer voar de forma mais confortável? Pague dez dólares a mais e sente-se ao lado de um vegano (pra quem não sabe, vegano é o indivíduo que segue uma dieta vegetariana restrita, sem nenhum tipo de produto de origem animal, nem mesmo mel).

O comercial, divulgado no Youtube (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sIzngoAUoNM), mostra uma pessoa que pagou a taxa extra e sentou-se ao lado de uma bela loira, enquanto que outro indivíduo que não pagou sentou-se ao lado de um obeso. Como se de fato ser vegano significasse necessariamente ser magro (ou loiro, ou bonito...), e ser onívoro (quem come carne) significasse ser obeso.

Valeu pelos estereótipos, hein, American Airlines! E esse tal de “Comitê pela Medicina Responsável”, na minha opinião, de responsável não tem nada. Está contribuindo ainda mais para aumentar o estigma da obesidade em nossa sociedade, o que está intimamente relacionado a problemas alimentares e psicossociais nos obesos.

Alguém mais entende que é papel das companhias aéreas aumentarem o conforto dos clientes? São as poltronas que devem aumentar, e não as pessoas que devem diminuir!

2 comentários:

  1. Vlw pelo post Carol! Muito bem colocado!
    Ainda bem que tbm existem associações bem sérias e fortes nos EUA que lutam contra essas companhas quando elas aparecem, como é o caso da Association for Size Diversity and Health (ASDAH), National Association to Advance Fat Acceptance (NAAFA), etc. O pessoal está se mobilizando MASTER por lá.

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  2. Obrigado Ana Carolina, feliz registro.
    Está na hora de se criar uma Associação que defenda o direito dos passageiros. Afinal, se o tamanho da população aumentou, também o espaço entre as poltronas deve aumentar, e não o contrário. E os problemas circulatórios que acabam acometendo os passageios expremidos entre as poltronas, em voos com mais de duas horas de duração, ninguém fala nada?

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